A Atividade Física na Vida da Criança: Natação

Como pode um peixe vivo

viver fora da água fria

É consenso mundial que a prática de atividade física faz bem para a saúde, mas e os pequenos? 

Guia das Prevenções

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a atividade física é importante para as crianças porque...

 melhora o desenvolvimento motor;

 melhora aquisição de habilidades de motricidade fina (movimentos com precisão);

 promove o crescimento;

 favorece para ossos e músculos fortes;

 mantém e desenvolve a flexibilidade;

 promove a manutenção do peso adequado;

 melhora o aparelho cardiorrespiratório;

 melhora postura;

 promove oportunidade de amizades;

 melhora autoestima.

E um tanto de outras coisas... Mas o que escolher para a sua criança?

Uma das coisas que escolhi para meu filho (e depois ele escolheu para si) foi a natação.

Irmão Sol- Irmã Lua

Um dos poucos arrependimentos que tenho na caminhada da maternidade é não ter inserido meu filho mais cedo na natação.

Sou do tipo que tem um relacionamento estreito com água: ama e morre de medo, concomitantemente. 

Eu tinha medo só de imaginar meu filho na água. Não que eu ainda não tenha (que mãe não treme só de imaginar alguma coisa ruim?), mas aprendi que a melhor forma de evitar um incidente na água é sabendo o que fazer quando se está nela.

Um belo dia decidi que colocaria meu pequeno na natação. A decisão foi fortemente influenciada pelo gosto do pai, que pra mim é quase um nadador profissional, e o histórico de problemas respiratórios. 

Quando uma criança pequena começa a natação, normalmente, ela deve ser acompanhada por um responsável na água. 

Lá fui eu levar meu filho para a natação. Eu queria participar disso com ele, mas...

Foi horrível! Eu compliquei as coisas. 

Sabe aquele tipo de mãe que se o professor de natação falar "agora você pode mergulhar seu filho", vai olhar com aquela cara de espanto e segurar o filho bem forte? Então, sou eu (risos).

Eu estava com tanto medo que não conseguia fazer as atividades da aula e transmitia esse medo para meu filho.

Achei que a natação seria uma péssima ideia para ele, mas fiquei impressionada em como alguns bebês que ali estavam nadavam melhor do que eu. Pensei comigo: meu filho não tem vocação para a água.

Na segunda aula... O pai dele entrou com ele na água. Nesse momento eu já tinha desistido até de assistir do lado de fora da piscina. Ficava bem distante do local e imaginando meu filho se afogando. 

Com o tempo, estranhei a empolgação dele para ir à natação. Todos os dias perguntava: "hoje eu vou pra piscina?".

Um dia fui assistir à aula (nunca mais eu entraria na piscina com ele) e ele já entrava sozinho e nadava como os bebezinhos que eu tinha visto. 

Mergulha sem afogar! E eu ainda afogando com a água do chuveiro!

Meu filho? Ama água! Em todas as formas e em todos os lugares. É um peixe vivo fora da água fria.

Na verdade, hoje entendo que eu queria que meu filho fosse virar um nadador profissional na primeira aula de natação. 

Cabe aos pais estimular a prática de atividades físicas, incentivar, mas não fazer cobranças.

É preciso esperar o tempo e o desenvolvimento da criança e, claro, o gosto dela também. 

Com essa história, partilho algumas dicas a partir da experiência com a natação do meu filho:

 não vá acreditando que com uma aula sua criança saberá nadar profissionalmente, com técnicas e tudo mais. Cada um tem seu tempo e nadar profissionalmente não é o objetivo da natação nos primeiros anos de vida;

 busque uma academia de natação que trabalhe de forma lúdica e divertida com o mundo infantil. Fuja do rigor! A natação nos primeiros anos de vida é muito mais para "conhecer" a água do que para treinamento;

 é normal que a criança precise de um responsável com ela na água até conseguir mais autonomia e se sentir mais segura;

 não demonstre que você está com medo da criança afogar. As crianças precisam que os pais estejam confiantes e seguros para que elas fiquem seguras também;

 não crie expectativas de que sua criança será um atleta. Tenha a natação como uma prática de atividade física que faz bem para o desenvolvimento e não que, necessariamente, determina a futura profissão da criança;

 entenda que em alguns dias sua criança não vai querer ir para a natação e em outros não vai querer sair da água;

 entenda também que em alguns dias sua criança vai aproveitar muito a aula e em outros vai fazer "corpo mole"; 

 não se culpe se em algum dia acontecer um imprevisto e você e mais ninguém puder levar a criança para a natação;

 não fique comparando sua criança com as outras que também fazem natação. Cada um tem seu tempo. O importante é a felicidade da sua criança;

 se sua criança não gosta de água ou não gosta da natação, não obrigue, não force e não brigue. Entenda que cada um tem um gosto e que sua criança pode não gostar de água, mas gosta de um milhão de outras coisas;

 não faça da natação uma "verdade absoluta". Dê à criança a oportunidade de vivenciar outros tipos de atividades.

Bem, a natação é a minha dica de hoje.

Incentive a prática de atividade física na vida do seu filho/ da sua filha! 

E conte para nós, com fotos, como é com seus filhotes: contato@mamaesortuda.com

Lembre-se, porém, de sempre conversar com o pediatra sobre a rotina da criança e as atividades em que a deseja inserir. 

Beijos!

Fernanda Garrides