Oi pessoal!
O mês de outubro chegou e, com ele, chegou uma dupla
comemoração para mim: meu aniversário, no dia 9, e o dia do professor,
no dia 15. Parabéns pra mim!!!
Pensando no dia do professor, lembrei-me de um assunto que
já queria tratar aqui há algum tempo: leitura. Para mim, que estou
formando no fim do ano no curso de letras, nada melhor do que comemorar
escrevendo um texto sobre um tema de que tanto gosto!
Nossos filhos estão crescendo num mundo totalmente
diferente daquele em que nós crescemos. E grande parte da mudança pela
qual passou o mundo nesse período entre o nosso nascimento e o deles foi
propiciada pelo desenvolvimento dos milhares de tecnologias a que hoje
temos acesso. É certo que essas tecnologias têm forte influência sobre o
funcionamento cerebral de qualquer ser humano, mas de que modo será que
toda essa novidade afeta o aprendizado de nossos filhos, sobretudo
durante o processo de aquisição de leitura e escrita?
Ver e falar são habilidades naturais do ser humano. Toda
pessoa nasce com circuitos cerebrais preparados para o desenvolvimento
da visão e da fala. Ler e escrever, no entanto, não são habilidades para
as quais o ser humano está preparado. Para aprender a ler e escrever,
uma criança precisa fazer centenas de conexões cerebrais e especializar
alguns circuitos para essas funções. Essa reconfiguração cerebral é
extremamente importante para o desenvolvimento do pensamento abstrato,
do pensamento complexo. Pensando em toda essa reconfiguração pelo qual o
nosso cérebro passa para que possamos adquirir as habilidades de
leitura e escrita, podemos então pensar sobre como a entrada das
tecnologias nas nossas vidas (e sobretudo nas vidas dos nossos filhos)
afetam e modificam a nossa maneira de ver o mundo e, sobretudo, de ler o
mundo.
Quando desenvolvemos os circuitos específicos para a
aquisição da leitura, nosso cérebro se acostuma com aqueles estímulos
que a leitura o faz receber. Mas se aprendemos a ler em livros, quando
passamos a realizar a leitura no computador nosso cérebro acaba
passando, novamente, por uma reconfiguração.
O nosso cérebro muda de acordo com a freqüência de estímulos que recebe.
Qualquer pessoa leitora da nossa geração sabe apontar a
diferença entre ler em livros e ler no computador. Lendo um livro,
sentimos que nossa atenção está predominantemente voltada para a
leitura, mas no computador isso já não acontece. O computador, sobretudo
aquele provido de internet, é um espaço cheio de distrações e de
oportunidades de interrupção, e a leitura feita nesse espaço é
certamente afetada, e demanda um novo desenho dos circuitos cerebrais. É
esse novo desenho que merece a nossa atenção: o excesso de exposição à
leitura em meios digitais pode fatigar o cérebro.
Calma, vou explicar: quando ficamos expostos aos milhões de
hiperlinks que os textos digitais apresentam, ou quando queremos
acessar ao mesmo tempo o conteúdo de diferentes publicações que nossos
amigos fazem no facebook, acabamos dividindo nossa atenção. Apesar de
termos a impressão de conseguirmos fazer duas ou mais coisas ao mesmo
tempo, o nosso cérebro só processa uma atividade por vez, com diferenças
de milésimos de segundos entre elas. Com isso, nossa assimilação sobre o
conteúdo lido cai bastante. Queremos ler tudo, saber de tudo, mas
acabamos é por adquirir um conhecimento extremamente superficial sobre
cada assunto sobre o qual lemos.
Quem nunca comentou uma publicação de um amigo no facebook
sem nem ao menos abrir o link publicado atire a primeira pedra. Fazemos
isso recorrentemente e muitas vezes sem perceber. E se nós, que nascemos
quando o mundo ainda estava se adaptando a essas tecnologias, já somos
tão afetados pelas tecnologias, o que será dos nossos filhos que já
nasceram num mundo totalmente adaptado - e até mesmo dependente - delas?
Escola de Pais Bee Family |
Já percebo em casa que o Théo, com apenas 2 anos e 4 meses
de idade, já sabe acessar sozinho o YouTube no meu celular. Pior que
isso é perceber que ele não tem paciência de ver mais de 30 segundos de
um mesmo vídeo. E agora me vejo pesquisando sobre o que fazer para
reverter essa situação.
Minha intenção, gente, não é ser contra a internet. Eu
mesma sou viciadona nesse troço. O que eu quero com toda essa explicação
é apenas alertar todos os pais sobre o que a internet, a longo prazo,
pode fazer com o cérebro de nossas crianças. Por isso, é sempre
importante estimular nossos filhos com atividades que não dependam do
uso das tecnologias. Nesse sentido, incentivar a leitura fora dos
ambientes digitais é uma tarefa mais do que importante. E para isso, vai
aí uma dica incrível:
Joca - o único jornal brasileiro escrito especificamente para crianças de 7 a 12 anos.
Pessoal, fui apresentada a esse jornal no início da semana e
não tive dúvidas: precisava falar dele para vocês. Com um vocabulário
adequado para essa faixa etária, o jornal traz matérias nacional e
mundialmente relevantes, de diversos temas bacanas, além de uma grande
quantidade de curiosidades, do jeito que a criançada gosta ( e precisa).
Entrem no site do jornal para conhecê-lo um pouquinho melhor. Vocês não vão se arrepender!
Por hoje é só isso tudo, minha gente!
Uma beijoca,
G.
Amei!
ResponderExcluirreflexão e tanto!
Ótima reflexão Giulia!!!! <3
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