Desde a minha primeira gravidez, eu comecei a ler muito sobre o assunto! Gosto tanto de conversar sobre gravidez, parto, filhos, que eu mesmo me intitulo a "Maníaca da Barriga"! Hahahaha
Quando eu voltei da licença maternidade do Theo, fiquei sabendo que a esposa de um colega de trabalho, o Cris, estava grávida... Ai lá fui eu, enche-lo de perguntas e encheção de saco... As vezes o encontrava no café e sempre perguntava: "E ai Cris? Como Janaína está? Já está ansioso?" e uma dessas conversas ele me disse que ela queria que o parto fosse natural. Eu, no alto de minhas duas Cesárias, me calei... não tinha opinião nem conselhos para dar! Mas estava ansiosa para saber como seria.
Quando Luíza nasceu, chegou um burburinho ao escritório que teriam sido mais de 24 horas de parto... Aí a "Maníaca da Barriga" aqui, já foi logo perguntando ao papai (quando ele voltou, claro!) e fiquei sabendo que Janaína, que é jornalista, havia escrito sobre seu parto. Gentilmente (leia-se insistentemente) perguntei a ela se eu poderia publicar o relato do seu parto aqui, e olha só? aqui está!
Vilamamifera.com
"Mesmo antes de engravidar já
tinha em mente que queria que meu parto fosse normal, sempre vi a cesariana
como uma intervenção cirúrgica que faria somente se realmente fosse necessária.
Quando engravidei continuei consultando com minha ginecologista que também é
obstetra. Desde o início falei que gostaria de ter parto normal e ela disse que
não havia contraindicações e que poderia ser feito dessa forma. Sempre que
perguntava sobre o parto ela me dizia que ainda estava cedo para pensar nisso.
Na consulta do sexto mês disse a ela que queria saber tudo sobre o parto. Ela
me explicou como seriam feitos os procedimentos desde minhas primeiras
contrações. Perguntei sobre ser parto normal e ela me disse que não dava para
saber ainda, mas que tudo indicava que não seria possível, pois eu não tinha
idade e nem estatura para tal (estava com 34 anos e meço 1,63cm). Fiquei
estarrecida com os argumentos dela e na semana seguinte estava consultando com
um novo obstetra, Dr. Lucas Barbosa, que é especialista em partos normais e
referência do Ministério da Saúde. Na primeira consulta já senti confiança em
suas palavras que foram as seguintes: “O parto é assistido pelo médico ou pela
enfermeira obstetra, mas quem o realiza de fato é você”.
Já frequentava aulas de yoga com
uma turma de gestantes adeptas do parto normal e que, assim como eu, tinham
muitas dúvidas. Pudemos fortalecer nossas opiniões através da busca e troca de
informações. Passei também a participar da Ong Bem Nascer e das Rodas de
Conversa promovidas por eles, os quais participam gestantes, seus maridos,
enfermeiras obstetras, doulas e outros interessados. Esses encontros foram muito
interessantes por causa dos depoimentos, da troca de vivências e do esclarecimento
de dúvidas. Através dessas fontes fui conhecendo ainda mais os benefícios do
parto normal, tanto para o bebê quanto para a mãe. Iniciei também, na
sequencia, sessões de fisioterapia para fortalecimento do assoalho pélvico, o
que ajudaria no parto. Meu obstetra me passou muitas informações a respeito do
parto normal e me indicou vários livros e filmes que falavam a respeito... À
medida que me informava fui ficando cada vez mais interessada em ter um parto
mais natural possível, com o mínimo de intervenções e que fosse respeitoso com
minha condição e vontade.
Pesquisei sobre as maternidades
possíveis e por ter certeza de minha vontade seria respeitada, fiz opção por
parir no Sofia Feldman. Fiz uma visita para conhecer as instalações e apesar de
serem modestas, fui muito bem recebida e senti clima caloroso que não encontrei
em outros lugares. Isso só confirmou que seria ali que minha filha nasceria.
Chegamos lá por volta das 02:00
da madrugada. Como foram chegando grávidas em estado mais urgente que o meu,
elas foram passando na minha frente e eu só consegui dar entrada na maternidade
às 05:00. Fiquei com receio de me mandarem de volta para casa, mas como havia
vaga na Casa de Parto, me deixaram ficar. Estava com dilatação 3,4 nesse
momento.
Já era a manhã de quarta-feira,
dia 20. Me acomodei no quarto disponível e verifiquei que ali havia tudo o que
precisava para o parto normal: cama, banheira, chuveiro, espaldar, banquinho
para parto vertical, bola de fisioterapia para relaxar das contrações e uma
enfermeira muito simpática que a todo momento verificava minhas condições
(pressão, batimentos) e as do meu bebê. Já estávamos uma noite sem dormir e
nessa altura, as contrações já incomodavam ainda mais. Para relaxar a ajudar no
trabalho de parto, no meio da manhã recebi lava-pés com massagem e chá
relaxante em uma casa anexa à maternidade que oferece esse carinho às gestantes,
almocei e fiquei caminhando para ajudar na dilatação. Também recebi massagens e
exercícios oferecidos pela doula para amenizar as dores e aumentar a dilatação.
Entrou a tarde e já no finalzinho do dia a enfermeira pediu para avaliar minha
dilatação, pois caso o parto não estivesse próximo, eu teria que ser transferida
para a maternidade, uma vez que a enfermeira do turno da noite da Casa de Parto
iria faltar. Na avaliação minha dilatação estava 7,8, o que meu deixou muito
frustrada, pois já havia passado uma noite e praticamente um dia de trabalho de
parto. Não acreditava que seria tão demorado. Fui transferida para um quarto
com condições semelhantes ao que estava na Casa de Parto. Já entrava a noite de
quarta-feira e as contrações, assim como o cansaço foram aumentando... já não
conseguia mais me assentar e muito menos deitar, pois as dores aumentavam
nessas posições. Na tentativa de aliviar o incômodo e relaxar um pouco eu revezava
entre o chuveiro e a banheira, contudo, comecei a relaxar mais do que era
necessário e as contrações diminuíam, o que atrapalhava no trabalho de parto. A
essa altura, o pouco que ainda dava para brincar com a situação, nos intervalos
das contrações ficávamos eu e meu marido apostando se o bebê nasceria sob o
signo de touro ou de gêmeos.
Em uma nova avaliação minha
dilatação era 8,9 e a enfermeira ofereceu para acabar de abrir meu colo através
do toque, de forma que pudesse encaixar a cabeça do bebê, que era somente o que
faltava para o nascimento. Essa foi, sem dúvida, a intervenção necessária. Depois
disso foi só fazer a força de expulsão.
Luísa nasceu às 05:20 de quinta-feira, dia 21. Seu nascimento foi muito emocionante e o sentimento de já tê-la em nossos braços ao nascer, indescritível. Ela nasceu sem chorar, bem tranquila e permaneci com ela em meu peito – ela já mamou no primeiro contato - durante todos os primeiros procedimentos. Na própria sala de parto ela foi pesada, medida e vestida e já sai dali com ela em meus braços. Não estivemos nem por um momento longe. Meu marido cortou o cordão umbilical e teve participação ativa em todo trabalho de parto. ‘Sofreu’ as dores junto comigo e foi essencial para meu suporte emocional.
Luísa nasceu às 05:20 de quinta-feira, dia 21. Seu nascimento foi muito emocionante e o sentimento de já tê-la em nossos braços ao nascer, indescritível. Ela nasceu sem chorar, bem tranquila e permaneci com ela em meu peito – ela já mamou no primeiro contato - durante todos os primeiros procedimentos. Na própria sala de parto ela foi pesada, medida e vestida e já sai dali com ela em meus braços. Não estivemos nem por um momento longe. Meu marido cortou o cordão umbilical e teve participação ativa em todo trabalho de parto. ‘Sofreu’ as dores junto comigo e foi essencial para meu suporte emocional.
E assim foi meu parto, sem
ocitocina, sem anestesia, sem episiotomia e sem qualquer outra intervenção que
julgava desnecessária. Foram quase 30 horas muito exaustivas de trabalho de parto,
mas não me arrependo de minha escolha pelo parto natural. Descobri em todo esse
desafio de parir uma força que não tinha noção que existia em mim. Me sinto
mais encorajada para novos desafios e principalmente o de ser mãe, o qual venho
aprendendo dia a dia desde que minha filha nasceu. Acredito em todos os
benefícios do procedimento do parto natural e se tiver outro filho e puder
optar, farei da mesma forma."
Confesso que quando eu fiquei sabendo pelo Cris, como tinha sido o parto, eu fiquei bem mais assutada do que lendo o relato da Janaína. Em conversa, ele me disse que devia ter se preparado melhor... lido mais... pois ele sabia que poderia não ser fácil, que demoraria, mas não imaginou que fosse tanto. Ele acabou ficando muito mais cansado e estressado que a própria Janaína.
Um dia desses a Luíza e a mamãe vieram almoçar com o papai aqui em frente ao nosso serviço, e eu (a maníaca da barriga) dei uma palavrinha com a Janaína. Ela me disse que não se arrepende de nada, e que se tiver um próximo filho fará tudo igual. Bom, pelo menos o Cris já está mais preparado né? rss...
Então papais que estão por aqui... se a sua mulher optar por um parto natural, tenha em mente que vocês também serão peças fundamentais... então leiam e perguntem tudo que tiverem curiosidade, para que a insegurança de vocês não passe para as mamães neste momento em que elas têm que ser tão fortes.
E pra terminar, deixo vocês com essa fofurinha linda, a Luiza!
Alguém aqui quer parto natural? Alguém já teve um parto natural? Conte para a gente a sua experiencia também!
contato@mamaesortuda.com
Beijos e mais Beijos
Thaísa Freitas
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