O mês de outubro foi um mês particularmente difícil aqui em casa. Até setembro ainda estávamos conseguindo equilibrar bem as nossas finanças, apesar de já termos sentido o aumento dos preços dos produtos em geral e das nossas contas mensais, etc. No mês passado, no entanto, começamos a realmente sentir na pele as consequências do momento pelo qual o nosso país está passando.Tivemos que fazer vários ajustes nos nossos costumes familiares para que conseguíssemos chegar ao fim do mês com saldo positivo no banco (e também para nos prepararmos para a chegada do mês de novembro).
Fiquei pensando no quanto vocês, mamães e papais, também devem estar se desdobrando para lidar com as limitações econômicas que esse período nos impõe, e por isso resolvi escrever um pouquinho aqui sobre como eu e o namorido temos tentado atravessar esse momento difícil.
Não é nada fácil, vale lembrar. Mas se todos os casais conseguirem se estruturar física, psicológica e emocionalmente para vencer as dificuldades financeiras, o resultado será uma família mais unida, mais feliz e, sobretudo, mais consciente em relação à importância do planejamento familiar.
O que está escrito aqui embaixo são as coisas que nós aqui em casa fizemos para tentar reduzir nosso custo de vida ao máximo, mas sem perder os momentos de lazer de que todos nós tanto precisamos. Não quer dizer que você precisa fazer o mesmo que nós. A minha ideia é apenas que, a partir da minha experiência, você possa montar um plano de ação adequado pra a sua família! =D
Cortar os supérfluos
Eu sou professora, e a maior parte da minha renda vem das aulas particulares que dou em casa. Com a crise, os pais dos meu alunos começaram a cortar tudo aquilo que era desnecessário ou dispensável para eles, e é claro que eu rodei nessa, né. Perdi vários alunos, e alguns outros reduziram drasticamente o número de aulas mensais. Com isso eu me vi, de uma hora para outra, ganhando muito menos do que esperava ganhar no mês.
Tivemos que fazer o mesmo que os pais dos meus alunos e ver o que podíamos diminuir nos nossos gastos mensais.
A nossa situação financeira aqui em casa nunca permitiu muitos supérfluos. Nunca fizemos nenhuma extravagância financeira, mas gastávamos muito, muito, MUITO por mês com delivery de comida. Isso, além de nos fazer gastar cerca de 600 reais por mês, ainda nos acrescentou alguns bons centímetros à circunferência abdominal (rs).
A nossa saída foi mudar radicalmente os hábitos alimentares. Passar a fazer mais comida em casa, almoçar na casa dos nossos pais no fim de semana, levar marmita para o trabalho. Isso fez a nossa conta de cartão diminuir satisfatoriamente. Além da comida, mudamos também algumas outras coisas. Paramos de ir à academia e começamos a fazer exercícios físicos em casa ou ao ar livre, deixamos de ser fiéis a algumas marcas de que gostamos, paramos de comprar roupas e passamos a cuidar melhor das que ja temos para que durem um pouco mais.
Rever algumas Escolhas
Théo estuda numa escola que julgo ser uma das melhores no ensino infantil em bh. A escola é uma graça e é super completa em relação às atividades proporcionadas às crianças que estudam lá. O preço, no entanto, é sem dúvida o mais alto da região.
Pensei, pensei muito, mas percebi que há outras escolas muito boas por aqui, e que todas estão cobrando um valor (acreditem) 300 reais mais baixo que a escola do Théo. Não tivemos dúvida: vamos mudá-lo de escola. Crianças se acostumam rapidamente aos novos ambientes, e tenho certeza de que o desenvolvimento dele não será prejudicado (somos pais cuidadosos, não vamos escolher qualquer escola).
Outra coisa que fizemos foi mudar o supermercado onde fazemos compras (agora só frequentamos o BH). A diferença de preço é gritante, e conseguimos com isso economizar um tantinho legal.
Aproveitar melhor os alimentos
Aqui em casa a gente sempre desperdiça muito, o que me deixa muito incomodada. As coisas sobram, a gente quase não fica em casa, quando vai ver já estragou tudo. A solução então foi diminuir a compra: antes, por exemplo, comprávamos uma bandejinha com 10 fatias de presunto. Agora trazemos para casa apenas a quantidade que sabemos que vamos consumir.
As sobras do alimentos têm sido mais aproveitadas, e sempre damos um eito de fazer uma receita nova com o que sobrou (uma ótima dica é assistir ao programa da Rita Lobo no GNT, que sempre ensina a fazer vários pratos usando um mesmo ingrediente-base).
Procurar opções de lazer mais baratas
Nosso tempo é geralmente muito apertado, mesmo nos fins de semana, então não fazemos muitas saídas ao longo do mês. Mesmo assim, percebemos que uma ida ao cinema ou um almoço fora custam muito mais do que podemos gastar no momento. Essas coisas nós não cortamos da nossa vida, mas demos uma reduzida e substituímos por programas caseiros e igualmente especiais. Assinar o Netflix foi uma saída barata e bacana para que pudéssemos passar momentos gostosos em família sem gastar o que não temos.
Tarde com Maria |
Economizar água e energia
A ideia inicial era economizar água e energia apenas para diminuir nossas contas mensais, mas o que aconteceu foi que acabamos nos tornando pessoas mais conscientes em relação ao consumo de água e luz.
Passamos a reutilizar a água da lavagem de roupas para lavar a cozinha ou o banheiro, ou ainda substituir a descarga. Criamos também o hábito de desligar as coisas da tomada e a deixar acesas apenas as luzes dos ambientes em que estamos.
Agora eu fico é chateada quando desperdiço água que podia reutilizar.
Reinventar-se
Buscar novas atividades pode ser bem útil para ajudar a aumentar a renda familiar. Aqui em casa o Thales saiu que nem louco atrás de projetos de engenharia para fazer, e eu tentei manter os alunos que restaram, além de começar fazer encomenda de doces pra festas, que é uma coisa que eu amo e que dá uma graninha boa.
O negócio é esse: meter a cara no trabalho e tentar descobrir o que você pode fazer para atenuar sua ituação financeira. Às vezes um trabalho extra pode dar uma ajudinha super bem vinda.
Fonte |
Tentar manter o equilíbrio familiar
Minha mãe tem uma frase de que eu sempre me lembro: "quando a necessidade bate à porta, o amor pula pela janela". É verdade, gente. A falta de dinheiro nos estressa, nos chateia, nos irrita, e frequentemente nos faz descontar esses sentimentos no parceiro. O outro passa a ser responsável pelo momento ruim. Um companheiro pode passar aa projetar no outro as suas decepções, como se o outro não estivesse fazendo o suficiente. Surgem as brigas, as discussões, a crise no relacionamento. Quem não tiver muito cuidado pode ver a família se desfazer.
Tentar levar o momento com tranquilidade e bom humor, tentando ver o caráter transitório da situação, é essencial para que a família não sofra as consequências do problema financeiro.
Entender que tudo nessa vida passa
Até uva passa (rs). Brincadeiras à parte, é preciso encarar esses momentos de crise financeira com calma e tranquilidade, e tentar levar a vida da forma mais leve possível. Diz minha mãe que Chico Xavier tinha na beirada de sua cama uma plaquinha com a frase "isso também passa". Isso sempre o fazia se lembrar de que, não importava o quão boa ou ruim fosse uma situação, ela sempre teria um fim. E é isso o que temos que fazer: saber que os momentos difíceis são passageiros, e que quanto mais lutarmos, mais rápido sairemos dele.
É isso aí, pessoal!
Carpe Diem,
G.
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