As
férias ainda não acabaram, mas muitos pais
já estão ansiosos com a volta às
aulas. Muitas crianças mudarão de
escola, de professor ou professora ou até mesmo
será a primeira experiência escolar dos pequenos.
Então...
como tudo acontecerá? Meu filho ou minha filha irá sofrer? Vai chorar? Ficará traumatizado? È absolutamente
normal essa ansiedade e/ou insegurança.
Mudar
não é fácil para a maioria das pessoas. Muitas vezes não é tarefa fácil sair da
zona de conforto, da proteção da
família, mas faz parte da vida adaptar-se
e readaptar-se ás situações diversas. Isso é aprendido e positivo. Se tornará
mais fácil ,ou não, dependo da orientação do adulto. Sim, precisamos estar bem
emocionalmente para ajudar as crianças nesse processo importante, que às vezes
é difícil , mas não precisa ser
doloroso.
Desde
2016 , com a universalização da educação infantil para as crianças de 4/5 e 5/6
anos, é obrigatória, em todo Brasil ,a matricula em estabelecimentos de ensino.
Isso quer dizer que se seu filho
fizer 4 anos de idade até 31 de
Março de 2017 ,ele deverá frequentar a educação infantil.
Ao
longo da história ,a educação infantil tem sido vista cada vez mais como uma etapa
importante da escolarização das crianças, mas é importante destacar que o
objetivo principal desta é a socialização, as relações sociais, o brincar, a
experimentação, etc... O foco não é a alfabetização , mas as experiências
sensoriais, artísticas e sociais que farão parte da rotina dos pequenos.
O aspecto físico, quantitativo de crianças por
adulto, a proposta pedagógica, concepção de criança , os objetivos da escola,
autorização de funcionamento, formação dos professores são pontos importantes
que os pais devem levar em consideração ao matricular os pequenos em uma instituição
de educação.
Visitar a escola com a criança e perceber como a mesma é
tratada e se sente naquele espaço são dicas valiosas . Claro que as relações
serão construídas ao longo do ano e a alegria da criança em ir para a
escola para se encontrar com os colegas
e professores é um termômetro importante
para avaliar a escola.
È
imprescindível que a relação entre família e escola seja de parceria, diálogo e
transparência. Já que quando falamos em adaptação , falamos em acolhimento também.
A
adaptação é de todos: família/ escola, família/ professores, criança/ adultos, criança/ escola, criança/ criança....
Os
pais são acolhidos quando são recebido com carinho, são ouvidos, orientados
pela equipe de coordenação sobre como
acontece a adaptação e de como eles podem ajudar as crianças durante o
processo. Dessa forma os vínculos vão
sendo formados e a insegurança vai dando lugar à confiança e respeito mútuo.
È
importante ressaltar que cada criança tem seu tempo na adaptação. Muitas vezes
, a criança não chorará no primeiro dia, mas ao longo do tempo tudo deixará de
ser novidade e o choro ou retrocesso em algo, que parecia estar consolidado,
pode ocorrer. Algumas crianças retêm a urina
ou fezes, deixam de se alimentar , ficam mais chorosas ... Calma , isso também
faz parte da adaptação .È importante que os pais acolham a criança. Sejam
verdadeiros, não mintam e cumpram as regras da escola. Expliquem que é
importante ir para a escola para fazer amigos, brincar enquanto os pais
trabalham, por exemplo.
As
emoções das crianças devem ser levadas em consideração e, caso a família não esteja tranquila a dica é conversar coma
coordenação da escola a com a criança,também.Com respeito, afeto e proposta
clara , as crianças se adaptam com
tranquilidade ao novo.
Para
auxiliar os pais no período de
adaptação, listei algumas dicas que a
revista CRESCER trouxe em seu artigo: Adaptação na escola: 12 dicas para passar
pelo processo. Texto de Andressa Basilio
1) Um pedacinho de casa
Primeiro dia no berçário. Não dá para dizer que, porque seu filho não fala, a adaptação será mais fácil. Até completar 9 meses, o bebê guarda as informações na mente por meio de registros emocionais – e uma experiência que não seja tranquila pode fazer com que ele tema a escola por muito tempo. Para evitar problemas, você precisa estar disponível para passar essa fase ao lado dele.
Levar itens que tenham o cheiro do quarto dele, por exemplo, também vai confortá-lo: pode ser a naninha ou o brinquedo do berço. Só não se esqueça de manter atenção especial ao comportamento do seu filho. Como ele não fala, você precisa perceber se está se alimentando e dormindo bem, brincando normalmente ou se está com doenças respiratórias. Esses são indicadores de que algo não vai bem. Caso isso aconteça, visite a escola para ver se estão mantendo a rotina e converse com a coordenação.
Caso a criança mame no peito é importante conversar com professores e
coordenadores sobre o horário de mamadas . . O importante é garantir esse direito á
criança e ajudar na adaptação.
2) Envolva seu filho
Para a criança que precisará encarar a rotina de aulas pela primeira vez, uma boa maneira de introduzir o assunto é dizer que ela está crescendo e que, por isso, precisa de um espaço para brincar com outras crianças e aprender coisas novas. Levá-la para comprar os materiais escolares ajuda a prepará-la de uma forma estimulante. Para não ficar caro, dê oportunidades de escolha, como “este ou aquele lápis?” ou “qual mochila entre essas três é a melhor?”.
É preciso, porém, sensibilidade para perceber se essa participação está se transformando em ansiedade. Evite tocar muito no assunto e perguntar se ele já está preparado muito antes da hora. Se possível, leve-o para conhecer o colégio quando estiver mais perto do primeiro dia de aula.
Durante a adaptação não é hora de
desfralde , de retirar chupetas ou mamadeiras, por exemplo. Há tempo
para tudo.
3) Se prometer, cumpra
A semana de adaptação das crianças que nunca foram à escola é muito parecida na maioria delas. Os pais levam seus filhos por pequenos períodos de tempo, que ficam maiores conforme eles vão se acostumando com a ideia de estarem longe da família. Durante esse processo, é fundamental que a criança se sinta segura e perceba que está no meio de pessoas dignas de sua confiança. Mentir ou sair de fininho pode dificultar as coisas. Se você disser que estará esperando no pátio, faça exatamente isso. Os pais que não podem se ausentar do trabalho devem explicar ao chefe que estão passando por um momento delicado e pode ser que precisem sair às pressas em uma emergência.
4) Mantenha o equilíbrio entre aconchego e firmeza
Prepare-se, porque as primeiras semanas de adaptação deixarão a criança mais sensível. A mudança traz insegurança, medo, frustração, irritação, muitas vezes traduzidos pelo choro. Embora seja difícil ver tudo isso acontecer, pense que aprender a lidar com essas emoções é uma etapa importante do desenvolvimento. Blindar seu filho disso só o deixará frágil. Quando o choro aparecer, o melhor é reforçar que a escola é importante, que você sabe que ele está sofrendo, mas acredita que ele vai conseguir superar. É difícil para a criança e para você, mas é necessário firmeza. Sem esquecer que ela precisará muito do seu colo e da sua paciência. Afinal, momentos de separação nunca são fáceis.
5) Rotina adaptada
Ao começar a vida escolar, o dia a dia da criança muda completamente. Por isso, alguns ajustes podem ser necessários para que ela se adapte de forma mais tranquila. Procure se informar sobre a rotina de sono e alimentação organizados pela escola e procure seguir a rotina quando o filho estiver em casa. Isso traz segurança para os pequenos.
6) Mundo novo
Se o seu filho entrou com poucos meses no berçário, a mudança de colégio é como se fosse a primeira vez. Nesse caso, siga também todas as dicas dadas anteriormente. Para aquelas crianças que já estão adaptadas ao ambiente escolar, mas vão enfrentar uma “mudança de ares”, o processo costuma ser mais simples, mas isso não quer dizer que elas não precisem de atenção. A separação dos amigos, dos professores e até da sala de aula antiga costuma ser dolorosa e a integração a um novo grupo, muitas vezes já formado, é um desafio. Nesse caso, mais do que disponibilidade física, seu filho precisará de ajuda emocional.
Deixe claro para ele que o contato com os amigos antigos pode ser mantido. E ressalte, de forma positiva, que ele está tendo a oportunidade de ampliar sua rede de amizades e aprender coisas novas. Não se esqueça de perguntar como foi o dia na escola nova e o que você pode fazer para ajudá-lo a se integrar melhor.
7) Este é meu filho!
A adaptação com os professores também é fundamental, principalmente para que eles conheçam detalhes de saúde e comportamento do seu filho que só você pode contar, como o que ele tem mais resistência para comer, quais são seus medos e dificuldades. Se a criança apresentar alergias, problemas de saúde, intolerâncias à medicamentos ou alimentos a escola deverá ser informada. O diálogo é muito importante para garantir uma adaptação tranquila .
8) Como vai ser?
Você pode contar para a criança o que ela vai encontrar lá na frente. Explique o que aprenderá durante o ano e, se possível, antecipe a turma com que seu filho vai conviver, apresentando alguns alunos antes mesmo de as aulas começarem – converse com a escola e proponha que ela ajude.
A SUA PREPARAÇÃO
9) Não deixe a tristeza pegar você de surpresa
Talvez você sinta a dor da separação mais do que seu filho e isso vai causar tristeza. Por isso, esteja preparado para lidar com esse sentimento ou, pelo menos, aceitá-lo.
Por mais que você se prepare, talvez não esteja pronto quando chegar o momento. Mas vale tentar: antes do começo das aulas, deixe seu filho brincar com outras pessoas ou, se possível, leve-o para a casa da avó ou da tia e vá fazer algo de que goste. Assim, vocês dois vão treinando ficar longe um do outro.
10) Segurança na chegada
Despedir-se do filho na entrada da escola é um dos momentos mais difíceis na vida de uma mãe ou um pai. Se o filho vai para o berçário com poucos meses, a aflição é por deixar alguém tão pequeno e indefeso nos braços de um “estranho”. Se a criança já é um pouco maior, pode ser difícil por estar mais acostumada a ficar em casa ou porque parte o coração dos pais ouvir: “Não quero ir pra escola, quero ficar com você”. Sabemos que é uma missão difícil, mas, nessa hora, estufe o peito, não deixe que ela perceba a sua angústia e estimule que se sinta confiante e independente.
Caso o seu filho ainda não ande, passe-o para o colo da professora com um beijo, mas sem muita enrolação, pois o bebê também sente a sua insegurança. Se ele já for maior, incentive-o a entrar na escola caminhando e levando a própria mochila. Agora, se é você que não consegue se controlar na hora do adeus, considere pedir para que outra pessoa leve seu filho para a escola durante alguns dias. Com o tempo, você estará mais tranquilo e poderá assumir a função outra vez.
11) Procure distrações
Será que ele está bem? Está comendo direito? A professora vai ajudá-lo quando ele precisar? Passar o dia pensando nessas questões só vai deixá-lo com rugas de preocupação. Por isso, procure manter a cabeça ocupada no período em que ficará sozinho. Que tal aproveitar para marcar um almoço com aquele amigo que você não vê faz tempo? Se estiver difícil de lidar com a angústia, procure conversar com outros pais que já passaram por isso. Eles podem transmitir conforto.
12) Faça parte da turma
Não é somente o seu filho que precisará passar por adaptação. Você também terá uma fase de integração com os novos pais e professores – e é importante estabelecer esse vínculo logo no início. Participe das atividades propostas pelo colégio, procure ir aos eventos sociais, como aniversários dos colegas, organize com outros pais piqueniques ou passeios, como uma ida ao teatro. Lidar com as diferenças e ressaltar a importância do convívio social são boas maneiras de dar o exemplo. E estabelecer esse contato é uma forma de incentivá-lo ainda mais a se abrir para novas amizades.
No mais , chegará o dia em que o (a) filhote dará tchau e correrá para os braços da
professora ou do professor e o período de adaptação será uma engraçada lembrança a ser discutido nas rodas de
conversa com a família ou com os amigos.
FONTES: Ana Lúcia
Figueira da Silva, coordenadora infantil da Escola Viva (SP); Christine Bruder,
psicóloga e psicanalista do berçário Primetime Child Development (SP); Juliana
Achcar, professora e pedagoga do Escola Waldorf Casa Amarela Jardim (SC); Maria
Teresa Andion, psicopedagoga da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp);
Rosa Maria Cavalcanti, coordenadora e orientadora educacional do Colégio Brasil
Canadá (SC); Sanderli Aparecida Bicudo, pedagoga e especialista em relações
interpessoais na escola e construção da autonomia, do Gepem (Grupo de Estudos e
Pesquisas em Educação Moral); Terezinha Castilho Fulaneto, coordenadora e
orientadora educacional do Colégio Santo Ivo (SP)
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