As férias escolares estão chegando ao fim e muitas famílias já estão preocupadas com o desempenho escolar de seus filhos devido a algum histórico complicado de relacionamento entre estudante-escola-família. Outras, ainda nem sabem o que as esperam pela frente, sendo o primeiro momento em que a criança irá ingressar no sistema de ensino formal. O fato é que, é na escola que sintomas do TDAH são observados pela primeira vez na maioria das vezes, causando angústias e dúvidas entre mães e pais.
Mas, afinal, o que é TDAH? Será que toda criança "agitada" é hiperativa? Como evitar um diagnóstico precoce? Vamos conversar um pouco sobre isso...
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA - o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. Os principais sintomas desse transtorno são agitação, falta de sono, falta de concentração, dificuldade em compreender e respeitar regras, falta de organização e capacidade de planejamento. Mais sintomas e causas você pode encontrar aqui. Nesse post vou me ater a algumas reflexões sobre o diagnóstico precoce do TDAH e quais alternativas podemos empregar para fugirmos dele.
Como pedagoga atuante, vejo diariamente a angústia de dezenas de famílias diante do mal desempenho dos filhos na escola. Muitas, sem ao mesmo consultar um neuropediatra, já vão logo dizendo que os filhos precisam de medicação porque são hiperativos. E isso é muito preocupante. O primeiro passo, caso a família e a escola tenham essa suspeita, é a procura por um profissional competente na área da saúde e a realização de exames neurológicos. Vale a dica de se buscar mais de uma opinião médica também.
Você já deve ter ouvido pessoas falando: "Antigamente as crianças não eram hiperativas, eram bagunceiras!". Essa é uma fala recorrente e precisamos tirar o que há de bom nela. Dizer que uma criança é hiperativa só porque ela é agitada é complicado. Crianças são agitadas. Isso é ser criança! É querer descobrir todo um mundão que há pouco lhe foi apresentado! Há uma tendência de se "patologizar" muito do que seria um comportamento normal da infância.
Entendam, não estou aqui dizendo que o TDAH não existe. Ele existe sim. E como profissional da Educação compreendo a importância de um diagnóstico sério e multidisciplinar. Testemunho a melhoria de várias crianças com o tratamento farmacológico. Mas também vejo situações em que apenas a medicação não é suficiente, há uma enorme lacuna na questão da organização familiar e que influencia negativamente na melhoria dessas crianças. Ou seja, além do tratamento médico há de se mudar também a rotina familiar, mas isso é assunto para outro momento. Em um outro post podemos falar mais sobre os sintomas e o que a escola espera da família diante de um diagnóstico certo.
Já a outra sigla que mencionei no título desse texto, SPA, significa Síndrome do Pensamento Acelerado. Segundo o psiquiatra e cientista Augusto Cury, a SPA é fruto de uma sociedade onde as informações não param de chegar. O resultado: crianças e jovens estão sempre inquietos, sem foco e sofrendo por antecipação. Essa síndrome representa a inquietação do pensamento que é cada vez mais estimulado pelos meios eletrônicos. Essa estimulação exagerada gera uma espécie de círculo vicioso em que o cérebro quer sempre mais estímulos gerando uma perda de prazer pelas pequenas coisas.
A partir dessas explanações, gostaria então de propor algumas reflexões:
- Será que o TDAH não tem sido banalizado e diagnosticado precocemente?
- Crianças agitadas e dispersas podem estar sendo vítimas do SPA e não do TDAH?
- Como a família pode agir para discernir e relatar fielmente os comportamentos de seus filhos aos profissionais competentes?
Se sua criança é agitada, ela não é necessariamente hiperativa. Ela pode estar com a Síndrome do Pensamento Acelerado - SPA, que não é um transtorno com fundamentos genéticos, e sim um comportamento psicossocial e, portanto, passível de ser mudado sem o uso de medicamentos. Autores afirmam que na hiperatividade, há uma predisposição genética. Já no SPA, a inquietação é construída pouco a pouco, ao longo dos anos. Entre as causas da SPA estão o excesso de estimulação, de brinquedos, de atividades, de informação.
Desacelerar a criança com SPA é fundamental. Ótimas técnicas para isso é o brincar livre e o brincar junto. Encorajá-la, por exemplo,a desenvolver atividades mais lentas e lúdicas, como ouvir músicas e contações de histórias, tocar instrumentos, pintar, praticar esportes, fazer teatro, pode ser o início de uma solução. Crianças e adolescentes hiperativos também podem e devem aprender essas práticas.
Falo isso por experiência própria. Tenho convívio próximo com várias crianças que vivem confinadas em apartamentos e expostas a horas diárias de programações televisivas. A maioria delas são agitadas e só precisam sair um pouco para brincar e conviver com outras crianças. Brincar é muito importante. Brincar desenvolve e ensina. Ensina autocontrole, crítica, empatia, coordenação motora, planejamento, concentração e organização, dentre tantas outras competências. Por isso brinque com seu filho!
Diminua as horas em que ele fica em contato com eletrônicos (tv, tablets, games, celulares etc). Também não estou aqui dizendo que a tecnologia é a grande vilã da história e que devemos exterminá-la da vida de nossos filhos, de jeito nenhum! A tecnologia também é uma grande aliada no desenvolvimento cognitivo das crianças. Mas, a palavra de ordem aqui é EQUILÍBRIO! A questão é diminuir a exposição das crianças a tantas informações de acordo com a faixa etária, limitar e acompanhar o uso dos eletrônicos. Equilíbrio e bom senso sempre!
Leve seu filho para brincar em algum parque, praça ou na calçada de casa mesmo. Explore os elementos da natureza com ele e o ensine a contemplar o belo, habilidade tão importante para que ele seja mais sereno e menos imediatista em suas decisões. Ensine-o que nem tudo é tão rápido como na internet. Estimule-o a acompanhar o crescimento lento das flores e frutos, a ouvir o barulhinho calmo das águas de um riacho. Nisso está a boniteza da vida!
Diminua as horas em que ele fica em contato com eletrônicos (tv, tablets, games, celulares etc). Também não estou aqui dizendo que a tecnologia é a grande vilã da história e que devemos exterminá-la da vida de nossos filhos, de jeito nenhum! A tecnologia também é uma grande aliada no desenvolvimento cognitivo das crianças. Mas, a palavra de ordem aqui é EQUILÍBRIO! A questão é diminuir a exposição das crianças a tantas informações de acordo com a faixa etária, limitar e acompanhar o uso dos eletrônicos. Equilíbrio e bom senso sempre!
Leve seu filho para brincar em algum parque, praça ou na calçada de casa mesmo. Explore os elementos da natureza com ele e o ensine a contemplar o belo, habilidade tão importante para que ele seja mais sereno e menos imediatista em suas decisões. Ensine-o que nem tudo é tão rápido como na internet. Estimule-o a acompanhar o crescimento lento das flores e frutos, a ouvir o barulhinho calmo das águas de um riacho. Nisso está a boniteza da vida!
Sabemos que ter uma "infância livre" no contexto atual não é fácil. Mas, infância livre não precisa ser somente aquela vivida no campo e em contato com a natureza o tempo todo. Podemos fazer adaptações para que nossos filhos também desfrutem de uma infância livre na cidade, como nas dicas que já passei um pouco mais acima. No blog Tempo Junto, também há várias sugestões de atividades simples que você pode desenvolver com sua criança e eu super recomendo!
Brinque junto! |
Bom, espero ter ajudado um pouco com minha experiência enquanto mãe e pedagoga. O tema é complexo e longo! Se ainda tiver dúvidas, críticas ou sugestões, entre em contato com gente! Abraços e pratiquem bastante tempo junto!
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