quinta-feira, 11 de maio de 2017

Festinha de Dia das Mães na escola: Eu não fiquei triste por não ter uma!




Eu não fiquei triste por não ter festinha de Dia das Mães na escola do meu filho. Nunca tive, nem quero ter. João frequenta a escola desde 8 meses de idade e nunca fui convidada para uma comemoração especial para as mães. Nas duas escolas por onde ele já passou aconteceram apenas as comemorações conhecidas como Festa da Família, algo que me agrada bastante e me parece ser bem mais coerente.


Claro que toda mamãe (ou a maioria delas) ama ganhar mimos feitos pelos filhotes para o dia das mães, mesmo que sejam presentes que você nunca vai usar, como por exemplo, um colar de macarrão (rs)! E quando os pequetitos cantam musiquinhas para nós nas festinhas da escola sem nem saber falar direito ainda? Ahhh, a gente baba demais, não é mesmo? Enquanto as crianças cantam segurando corações de papel ou florzinhas nas mãos, as mamães se derretem de tanto chorar na plateia, uma cena linda e emocionante de se ver! Mas... como sou sempre a mãe “problematizadora”, a louca que vê crítica em tudo (!!!), gostaria de explicar aqui o motivo pelo qual não gosto de festa do dia das mães e refletir um pouco sobre essa prática em algumas escolas.




É tudo tão lindo e fofo que às vezes não conseguimos ver o outro lado da história. E não estou criticando você por amar as comemorações que porventura a escolinha do seu filho já fez no dia das mães, só estou admitindo que realmente é muito difícil sairmos da nossa realidade confortável para pensar em outras que não são tão tranquilas assim.  E, confesso, acho que só consigo fazer isso porque além de mãe, sou pedagoga, e convivo com crianças com diferentes realidades de vida. Você já parou pra pensar em como pode ser difícil essa data para aquelas crianças que não têm mãe? Já imaginou o quão massacrante pode ser esses dias de preparação na escola? Os ensaios, a confecção da decoração, a empolgação dos coleguinhas... vivenciar tudo isso sem ter a mãe para homenagear pode ser muito frustrante para uma criança que ainda não consegue assimilar essa falta. 


É verdade que outras pessoas podem fazer o papel social da mãe, como a vovó que cria a criança desde bebê, a tia, a madrinha, a madrasta... “Dá o presentinho ou canta a musiquinha para alguém que você considera ser sua mãe!” , é esse o nosso discurso enquanto professoras e pedagogas na maioria das escolas. Mas, venhamos e convenhamos, para a criança que tem a consciência de que perdeu a mãe (por morte, doença ou qualquer outro motivo) esse argumento não é suficientemente confortante. E para as crianças que vivem em abrigos e sabem da sua situação de abandono? Nossa, é de cortar o coração... Essa pode não ser a realidade das composições familiares onde sua criança estuda, mas é a realidade que enfrento diariamente e sei que ela realmente existe.


Tudo bem que não é por deixar de fazer a festa do dia das mães na escola que a criança vai esquecer que não tem a sua, mas, pelo ao menos a escola será um lugar em que ela vai poder exercer sua infância com menos pressão sobre a expectativa desse dia. Dia esse que já é tão lembrado pela mídia e pelo apelo consumista. Essa criança já vai ter que conviver com essa falta pelo resto de sua vida, que tal se na escola não realizássemos essa cobrança também? Digo isso porque, mesmo tendo perdido meu pai já na fase adulta, até hoje o segundo domingo de agosto ainda me incomoda, me deixa um nó na garganta. É um mês em que vivo como em uma nuvem, tentando mandar pra longe dos meus pensamentos as lembranças que esse período me traz. Eu, adulta... 


Então, que tal começarmos a pensar em Festa da Família (como muitas escolas já fazem), em vez de Festa do Dia das Mães e aproveitarmos para abolir também a do Dia dos Pais? Já que somos adultas, não vamos ficar tristinhas não, vamos superar isso e nos colocar no lugar das crianças que, ao contrário de nós, ainda não conseguem superar suas frustações em pouco tempo. Essa é a verdadeira EMPATIA que tanto buscamos e queremos que nossos filhos aprendam. Que tal ensinar na prática, então?!


E você, o que pensa sobre esse assunto? Tem alguma experiência para compartilhar? Nos envie uma mensagem, mesmo que não tenha a mesma opinião que eu! Estamos aqui para crescermos e melhorarmos como mães juntas, sempre! Um FELIZ DIA DAS MÃES e um grande beijo no coração! <3 







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