Sou da época (não que eu tenha muitas décadas de vida) que para assistir um filme legal, novo ou diferente daqueles que passavam na televisão, precisávamos ir à locadora, fazer um cadastro, escolher entre as muitas estantes uma fita de vídeo cassete.
Era a sensação mais frustante quando alguém chagava antes e alugava a fita que a gente queria, mas fazíamos uma reserva e esperávamos N dias para voltar à locadora e abraçar nosso VHS.
Eu adorava ir com meu pai. Corria para os corredores de filmes infantis e meus olhos até brilhavam. Era um dos meus melhores passeios! Que saudade!
Depois vieram os DVDs e depois outros recursos tecnológicos que fizeram nossas queridas locadoras desaparecerem.
Até que descobrimos um dos maiores serviços de streaming de vídeos no mundo, da nossa querida provedora global de filmes e séries de televisão: NETFLIX!
I M P O S S Í V E L não ser fã!
Pois bem! Amante de séries e filmes como sou, sempre que possível vou trazer umas dicas para nossas queridas famílias sortudas.
A primeira é a série Las Chicas del Cable (na versão brasileira costuma aparecer como "As Telefonistas").
Europa Press |
Bem, a primeira temporada da série (espero que tenha outras), que é um drama, tem oito episódios e mostra como quatro mulheres de lugares e realidades diferentes da Espanha acabam virando amigas e se juntando para lutar por liberdade, por independência, por seus sonhos.
Whats on Netflix |
Ah! Aí você pensa que deve ser pura bobagem e não vai perder tempo para conhecer a história das amigas... Pois eu acho que todo mundo deveria assistir! É uma série com muita representatividade feminina e muito relevante para refletir sobre a luta feminina, sobre a história ainda tão recente de banalização da mulher (não que ainda não seja atual).
A série é de uma época (primeira metade do século passado) na qual praticamente ainda não se falava de igualdade de gênero e, na verdade, pelo menos para mim que carrego a bandeira do empoderamento feminino e materno, algumas cenas chegam a embrulhar o estômago, de tão dura que era a realidade dessas mulheres que nos antecederam.
Sim! Ela tem um toque feminista!
As quatro amigas são empregadas de uma companhia telefônica, onde trabalham por independência, por reconhecimento, por melhores condições de vida e por autonomia, mas essa luta não é nada fácil.
Vemos uma mulher que vem do interior (Marga) e tem dificuldades para se adaptar aos costumes da cidade grande e se entregar ao amor.
A outra mulher (Carlota), que é de uma família com maior poder aquisitivo e político, prefere ser expulsa de casa por querer trabalhar do que viver na proteção da família e atender suas expectativas, o que gera uma série de conflitos com o pai, que não aceita que a filha tenha uma profissão.
A terceira mulher (Ángeles), que é uma excelente profissional, tem um marido que a tenta impedir de trabalhar.
A quarta (Alba/Lídia), personagem de destaque que narra a série, é uma mulher sem família, que passa longe dos "bons costumes" da época, luta por paz, por liberdade, por recomeço e por amor.
A série aborda muitos assuntos que merecem reflexão e discussão: o movimento sufragista (movimento social, político e econômico com o objetivo de estender às mulheres o direito ao voto e participação na vida política), luta para alterar a lei e garantir o direito à mulher de requerer o divorcio (que somente poderia ser solicitado pelo marido), traição, agressão de mulher por seu parceiro, aborto e homossexualidade.
O que fica em maior destaque para mim, porém, é a união das mulheres em prol de conquistar direitos, já tão bem estabelecidos para os homens e tão fragilizados para as mulheres. Viemos desses processos históricos e muito do que somos socialmente hoje é apenas um produto.
Acho que toda a série, o sentimento das mulheres que viveram naquela época e mesmo o sentimentos de muitas mulheres hoje podem ser resumidos na frase de abertura de Las Chicas del Cable:
Viveram Felizes Para Sempre |
As quatro amigas são empregadas de uma companhia telefônica, onde trabalham por independência, por reconhecimento, por melhores condições de vida e por autonomia, mas essa luta não é nada fácil.
Vemos uma mulher que vem do interior (Marga) e tem dificuldades para se adaptar aos costumes da cidade grande e se entregar ao amor.
Meio Assimétrica |
A outra mulher (Carlota), que é de uma família com maior poder aquisitivo e político, prefere ser expulsa de casa por querer trabalhar do que viver na proteção da família e atender suas expectativas, o que gera uma série de conflitos com o pai, que não aceita que a filha tenha uma profissão.
Fórmula TV |
Fórmula TV |
Site Lado M |
A série aborda muitos assuntos que merecem reflexão e discussão: o movimento sufragista (movimento social, político e econômico com o objetivo de estender às mulheres o direito ao voto e participação na vida política), luta para alterar a lei e garantir o direito à mulher de requerer o divorcio (que somente poderia ser solicitado pelo marido), traição, agressão de mulher por seu parceiro, aborto e homossexualidade.
O que fica em maior destaque para mim, porém, é a união das mulheres em prol de conquistar direitos, já tão bem estabelecidos para os homens e tão fragilizados para as mulheres. Viemos desses processos históricos e muito do que somos socialmente hoje é apenas um produto.
Acho que toda a série, o sentimento das mulheres que viveram naquela época e mesmo o sentimentos de muitas mulheres hoje podem ser resumidos na frase de abertura de Las Chicas del Cable:
A vida não era fácil para ninguém, muito menos para as mulheres. Não éramos livres, mas sonhávamos em ser.
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