Julho está chegando! Mês de férias! Aproveite para ir em algum lugar onde nunca esteve antes. Não precisa ser longe! Pode ser até mesmo na cidade onde mora ou nas redondezas. Agora, se quiser e puder ir para longe (e aí depende do ponto geográfico onde você mora) eu recomendo: J E R I C O A C O A R A!!!
Ah, Jeri! Que saudade de você!
Jeri é uma vila paradisíaca que fica a uns 300 km de Fortaleza. É um lugar "pé no chão" como eu costumo dizer... Um lugar para andar descalço, esquecer de veículos motorizados, de trabalho, de problemas, de internet, de telefone... Um lugar para desconectar do resto e se conectar com a "vibe" do lugar.
São comuns os serviços de transfer entre Fortaleza e Jeri. Costumam ser em torno de R$1.400,00 ida e volta. Fomos com um motorista muito simpático (João: 88-9679-6844) e o veículo (Hilux) era extremamente confortável, com ar condicionado e vidro escuro (muito importante para a claridade e o calor do Ceará). Éramos 5 adultos e 1 criança (5 anos) e o motorista teve a delicadeza de levar uma cadeirinha adequada para a idade do meu filho.
A maior parte do trajeto é em linha reta e a estrada é boa, mas tudo quanto é adicional no serviço de transfer faz muita diferença. Deve-se levar em consideração que são 3-4 horas de viagem, debaixo de Sol e com a temperatura em, no mínimo, 30º.
Por falar nisso, Jeri é um lugar de muito Sol e temperaturas elevadas. Estive lá no outono, quase inverno, e parecia um ótimo verão, com temperaturas em torno de 34º e praticamente sem nuvens no céu. Leve e abuse dos protetores! Utilizei fatores 60-80 e ainda fiquei bem queimada.
É um lugar onde você encontra fácil hippie, surfista e turista de outro país. Também é fácil encontrar quem largou tudo e foi viver como nômade, quem tem plano de fazer uma rota pelo litoral brasileiro, plano de viajar pela América Latina de ônibus... e por aí vai! Dá uma sensação de "quero largar tudo e mudar pra cá", porque você acaba ouvindo tantas histórias de pessoas que vivem na simplicidade e carregam uma energia tão boa, de pessoas que têm sonhos e, por eles, são capazes de largar a vida da cidade grande e andarem sozinhas pelas estradas.
Em Jeri as pessoas estão conectadas com a natureza, meditam na beira da praia, aplaudem o pôr do Sol. As construções não precisam de muros, cercas ou arames. As janelas ficam abertas, as mesas e cadeiras dos restaurantes não são guardadas. Eu e minha irmã costumávamos dizer que até os cachorros eram hippies. É um lugar de paz, que causa muita estranheza pra quem está acostumado com a agitação e violência das grandes cidades. Só sei que é impossível conhecer Jeri e continuar a ser a mesma pessoa.
As ruas são de areia. Andei descalça a maior parte do tempo, porque é muita areia. Não conseguia ficar nem de chinelo. Com isso, só tomava banho quando tinha certeza que não ia mais sair do quarto, apesar de até no quarto encontrar areia. Na verdade, até quando abri minha mala em BH eu achei areia. Hahaha! É inevitável!
Não há iluminação pública! Cada estabelecimento faz sua própria iluminação, por isso as fachadas são encantadoras! Você encontra lanternas, velas, lamparinas... Uma decoração rústica maravilhosa. Aproveite para admirar as estrelas durante a noite! O céu é incrível!
Dou a dica de levar uma boa lanterna, caso você queira passear pela praia durante a noite (ou outro lugar mais distante dos estabelecimentos). É comum ter algum luau ou festa bem tarde (depois das 22 horas, é a baladinha de Jeri!), por isso é bom carregar uma lanterna.
Nem preciso dizer que Jeri é um destino extremamente romântico. Muitos casais passam lua de mel por lá e é fácil encontrar alguns namorando pela praia.
Carros não podem transitar em Jeri. Existe um estacionamento na entrada da vila, onde devem ficar. Apenas buggy e carro de transfer podem transitar pela vila.
É difícil encontrar residências em Jeri. As construções são pousadas, restaurantes, lojas e comércios diversos. É bem voltada para o turismo. São incontáveis as pousadas e é possível até encontrar restaurantes especialistas em algum tipo de cozinha (italiana, japonesa...).
A vila tem uma praça que é muito agradável. Durante a noite é possível encontrar pessoas vendendo artesanato e crianças brincando.
A praia principal, de frente para a vila, costumava "secar" durante a manhã. A maré subia ao longo do dia e no fim da tarde a praia já estava bem cheia. Era interessante esse movimento do mar. De manhã, brincávamos nas pequenas lagoas que formavam na areia e observávamos os peixinhos que não conseguiam acompanhar a maré. No fim da tarde, quado a água ficava mais quente, aproveitávamos o estilo piscina da praia.
Sabe aqueles 300 km que disse no início do post? Pois é! As placa entre Fortaleza e Jeri causam uma certa revolta... Você passa em um ponto que diz faltar 80 km, anda um pouco e vem outra placa que diz 75 km, anda mais um pouco e vem uma placa com 90 km, depois outra com 80 km... Então, nem sei ao certo qual foi a distância exata entre Fortaleza e Jeri.
Tudo bem! A distância nem é o problema, afinal, estamos dispostos a viajar. O problema mesmo é que durante esse trajeto não existem opções de restaurantes, bares ou qualquer outra estrutura que possibilite "alongar as pernas" e/ou ir ao banheiro. Meu filho de 5 anos foi e voltou tranquilamente, mas porque passou a maior parte do tempo dormindo, mas essa distância toda sem locais para fazer uma pausa é complicada quando a viajem é com crianças pequenas. Só percebi um local para uma boa parada durante a maior parte da distância. A situação melhora muito ao chegar próximo de Jeri, onde existe mais comércio.
É difícil achar um lugar em Jeri em que você consiga fazer uma boa refeição por um precinho camarada. O preço dos restaurantes é bem elevado, o que é normal em lugares turísticos, mas eu tive a sensação que em Jeri é um pouquinho pior. Se você quiser comprar lembrancinhas, saiba que será uma verdadeira prova de amor, porque também têm os preços salgados. Conversando com uns vendedores descobri que muitos praticam preços diferenciados para estrangeiros e brasileiros. Então, vale a pena chorar um pouquinho quando for comprar alguma coisa. Claro que andando bastante você acaba encontrando algo bem legal em ótimo preço.
Já que falamos de refeições... Tive certa dificuldade com a alimentação. Eu não como nada do oceano (é uma dificuldade toda vez que vou ao litoral) e a comida tradicional era o famoso baião de dois, farinha e mandioca/macaxeira (que eu adoro!). As opções de salada e suco eram mais limitadas também. Uma senhora de um restaurante até explicou que usam o que é da época e que é característico da região. Confesso que me sentia nutrida só quando ia em algum lugar comer gordice (pizza, batata frita...). Outra característica é que os pratos têm o mínimo de sal e açúcar (pra mim nem tinha), mas essas questões alimentares me fizeram refletir que nos grandes centros urbanos até nossa refeição é baseada no consumismo (tem que ter muita diversidade pra gente sorrir satisfeito) e no excesso de sal, açúcar e gordura. Conhecer Jeri foi ótimo para eu refletir sobre meus hábitos alimentares.
A única praça na vila não tem brinquedos para crianças. Na verdade, não encontrei nenhum lugar em Jeri voltado para crianças, mas não é o fim do mundo! Com tanta areia em volta, praias, lagoas... Não vai faltar diversão.
Não sei se o problema era a minha operadora de celular (provavelmente hahaha), mas o sinal de telefone ficou bem limitado, tanto no trajeto entre Fortaleza e Jeri, quanto em Jeri e redondezas. A verdade é que eu até gostei disso. Jeri é um ótimo lugar para desligar do mundo.
Espero que tenham gostado de saber um pouquinho sobre Jeri.
Aguardem os próximos posts, pois contarei sobre a Pedra Furada, a Duna do Pôr do Sol e sobre lugares e passeios na região.
Abraços!
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