sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Filhos da guerra. Feliz dia de que???


Quem não sente uma dor no coração quando ouve falar ou lê sobre as guerras?
Há muito tempo repito a mesma pergunta para o meu marido: porque estas pessoas têm filhos? Anos de guerra e muitos bebês nascendo no meio disso! 
Meu coração se despedaça a cada notícia que leio com crianças sofrendo, morrendo; realizando trabalho escravo; sendo recrutadas para lutar; sendo acometidas por doenças e mutilações; passando fome, vivendo na miséria total; violência sexual (vocês viram pais pedindo ao governo autorização para matar as filhas para as livrarem de estupro? Surreal!); perda dos pais, de amigos, de familiares; o medo, a apreensão, a angústia; fugir, se tornar refugiado muitas vezes em outro país... Elas são inocentes, não merecem aquilo! 

Dia das crianças está aí e tudo o que consigo pensar é: na idade de brincar e de ir pra escola, estas crianças têm sua infância interrompida e devastada pelos conflitos armados, vivendo em situações inarráveis (a Talyta, do @joao_passeia, escreveu um texto ótimo sobre isso: Feliz Dia das Crianças! Pra quem?).
 
Ilustracao de Gunduz Aghayev mostrando a triste realidade de crianças que perdem sua infância ao crescerem em zonas de guerra

Então, eu li dois livros:
1: A casa do céu: escrito por Amanda Lindhout e Sara Corbett.
“Quando criança, Amanda escapava de um lar violento folheando as páginas da revista National Geographic e imaginando-se em lugares exóticos.
Aos dezenove anos, trabalhando como garçonete, ela começou a economizar o dinheiro das gorjetas para viajar pelo mundo. 
Na tentativa de compreendê-lo e dar sentido à vida, viajou como mochileira pela América Latina, Laos, Bangladesh e Índia. Encorajada por suas experiências, acabou indo também ao Sudão, Síria e Paquistão. Em países castigados pela guerra, como o Afeganistão e o Iraque, ela iniciou uma carreira como repórter de televisão. Até que, em agosto de 2008, viajou para a Somália — “;o país mais perigoso do mundo”;. No quarto dia, ela foi sequestrada por um grupo de homens mascarados em uma estrada de terra.
Mantida em cativeiro por 460 dias, Amanda converteu-se ao islamismo como tática de sobrevivência, recebeu “;lições sobre como ser uma boa esposa”; e se arriscou em uma fuga audaciosa. Ocupando uma série de casas abandonadas no meio do deserto, ela sobreviveu através de suas lembranças — cada um dos detalhes do mundo em que vivia antes do cativeiro —, arquitetando estratégias, criando forças e esperança. Nos momentos de maior desespero, ela visitava uma casa no céu, muito acima da mulher aprisionada com correntes, no escuro e que sofria com as torturas que lhe eram impostas.
Fonte: http://www.editoranovoconceito.com.br/livros/casa-do-ceu-a/

2: Dias de Inferno na Síria: escrito por Klester Cavalcanti
“O jornalista Klester Cavalcanti saiu de São Paulo, em maio de 2012, com a missão de registrar a realidade da guerra civil na Síria, iniciada em março de 2011. Partiu para Beirute, no Líbano, com toda a documentação em ordem. Tinha o visto sírio, uma lista dos equipamentos que poderia portar, passaporte e um contato esperando-o na cidade de Homs, então epicentro do conflito entre as forças do ditador Bashar al-Assad e os rebeldes do Exército Livre da Síria.
Seu plano era entrar em território sírio pela fronteira libanesa e acompanhar por alguns dias a ação dos rebeldes. Mas nada aconteceu como planejado. O jornalista foi preso pelas tropas oficiais, torturado e encarcerado por seis dias numa cela que dividia com mais de 20 detentos. 
Acostumado a denunciar violações dos Direitos Humanos no Brasil, o jornalista conseguiu fazer seu trabalho no ambiente inóspito da prisão. Naquele microcosmo, estavam os personagens e as histórias que precisava para retratar a guerra civil que acompanhava da cela, ouvindo os tiros e as explosões que vinham das ruas.”
Fonte: https://www.saraiva.com.br/dias-de-inferno-na-siria-o-relato-do-jornalista-brasileiro-que-foi-preso-e-torturado-em-plena-4261219.html


Gunduz Aghayev é um artista do Azerbaijão que usa seu talento para satirizar e fazer as pessoas refletirem

Com estes livros refleti sobre as diferenças religiosas, de raça e de poder que maltratam o mundo.
Com estes livros, entendi porque as pessoas ainda têm filhos: porque elas têm esperança! Assim como nós, elas têm sonhos. As pessoas se amam, se casam e querem uma família!
O problema disso, é que geram dois tipos de filhos: os que querem um mundo melhor, que querem a paz e os que querem vingança por tudo que está acontecendo. Os que querem vingança, continuam a guerra e os que querem a paz, continuam lutando e sonhando!

No primeiro livro, um dos sequestradores da Amanda, por exemplo, estava contando os dias para receber o dinheiro do resgate e se casar com a mulher que amava. Ele estava com o grupo de sequestradores porque era um trabalho! Ele a tratava bem, a ajudava quando podia... mas ele precisava daquele dinheiro. Simples assim. 
E ela relata sobre a quantidade de adolescentes de 14/15 anos que faziam parte de todo o esquema. As “crianças” manuseavam armas, eram capazes de realizar torturas... infelizmente, para eles, aquilo tudo é comum.

No segundo livro, o autor ficou em presídio. A gente consegue imaginar o que podemos encontrar em uma cela, não é? Na dele, tinha um marido apaixonado que foi preso porque estava ganhando a vida contrabandeando cigarros (depois da loja dele ser fechada devido a guerra), tinha filho de comandante do exército Sírio que foi preso porque resolveu se alistar no exército livre, outro que se revoltou porque bombardearam a casa do melhor amigo e queria lutar contra o governo, e por aí vai. Klester fez amigos, ele ficou triste por sair da prisão e deixar os companheiros! Ou seja, existem pessoas boas no meio da guerra.

No Brasil, também temos nossas "guerras". Se for seguir meu antigo raciocínio, no Brasil não teríamos filhos também! A criminalidade está em alta, muita gente passando fome, o país está uma bagunça. Por que alguém que mora no Rio teria um filho? Lá não é seguro! Por que pessoas no Nordeste teriam filhos? Lá, a seca castiga... Olha o que aconteceu em Janaúba: crianças mortas, crianças com até 90% dos corpinhos queimado. E isso são só exemplos... O mundo está doente. As coisas que acontecem são inimagináveis e as pessoas não param de nos surpreender, negativamente.

Mas também existem pessoas de bem, que querem o bem, em todos os lugares. Assim como existem pessoas que querem só a destruição. Mas o que seria da nossa vida sem os sonhos? O que seria da nossa vida se nos entregássemos, se as pessoas de bem desistissem de lutar? O planeta seria devastado. Se o sonho das pessoas é ter filhos, eles terão e não deixarão de lutar por um mundo melhor. Se eles tiverem que ser privados de tudo, por que lutar?

Desenhista Gunduz Aghayev faz crítica às guerras com ilustrações.

Continuo achando super triste terem filhos no meio da guerra. Mas quem sou eu para julgar, não é?! 
Tenho uma vontade enorme de poder fazer algo, de ajudar as pessoas, de poder fazer a diferença, de salvar o mundo! Mas não depende só da gente... Então, o negócio é rezar, pedir a Deus que cuide de nós, que nos proteja e que nos ajude a acabar com toda a violência e maldade do mundo... 
  • Dica 1: Assista o filme "A corrente do bem";
  • Dica 2: Pense sobre a música "Heal The World" do Michael Jackson;
  • Dica 3: Leia "Tocar o coração das pessoas" de Cora Coralina.

Tudo isso é muito confuso, não é? Mas é porque o mundo está realmente de "cabeça pra baixo".
Porém, podemos fazer a diferença no nosso mundo. Podemos fazer o bem para quem está próximo. Quem recebe o bem, tende a fazer o bem para outras pessoas...

E você, o que acha disso tudo?
O que acha que podemos fazer para deixar o mundo melhor?





@minhas24horas


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2 comentários:

  1. Olá Cíntia Muniz minha sobrinha, rsrsrsr, como eu posso compartilhar estas publicações lá no meu Facebook?

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    1. Ei. É só copiar o link (na barra de endereço) e colar lá no face

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