terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Que bagagem queremos deixar para nossos filhos?

Quando a vida começa, o bebê tem uma mala de mão bem pequena, vazia. Nos primeiros anos de vida, nós somos responsáveis pela grande maioria do que vai lá dentro. Mas o que vamos deixar lá? Como vamos ajudar nossos filhos a se desenvolverem emocionalmente? O que nossos filhos poderão oferecer ao mundo quando se tornarem adultos?

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Brincar é essencial para o aprendizado da criança!


Nós nascemos com uma malinha de mão vazia e, com o passar dos anos, recolhemos coisas pelo caminho e vamos aumentando essa bagagem. Porém, chega em um ponto que esta bagagem está pesada demais para carregarmos sozinhos e não temos ajuda, afinal, cada um tem sua própria bagagem para carregar. Então, é necessário aliviar o peso desta bagagem.

Abrindo a mala da vida, o que vemos dentro: amor, amizade, conquistas, sonhos... e também raiva, medo, pessimismo, incompreensão... Cada um tem que decidir o que quer tirar. Vai tirar a coragem ou o medo? O desânimo vai ficar lá no fundo da mala ou você vai vencê-lo, deixando lá o sorriso? O sorriso ficou? Então deixa a felicidade na mala também e tira dela a tristeza!

Pronto, sua bagagem está arrumada e pronta para ser preenchida novamente. Mas toma cuidado com o que vai colocar lá dentro! O que colocar é uma decisão somente sua. O caminho é longo, a bagagem pode ficar muito pesada e ser difícil reorganizá-la... Sem contar que isso leva tempo né?! Afinal temos que “fechar para balanço”...
Sua bagagem tem a ver apenas com você. Mas e a bagagem do seu filho? Você vai ter que ajudar a encher e a esvaziar...

O que não falta é gente para “dar pitaco” na criação dos nossos filhos, não é?! Bater ou não bater? Dormir na cama com os pais ou dormir sozinho? Dar colo ou não dar? Amamentar quando o bebê quer ou de 3 em 3 horas? Deixar chorar até dormir ou ninar?

Eu, CÍNTIA, dou colo, dou carinho, dou beijo, deixo dormir comigo, levo pra passear... obviamente nada em excesso (eu sou mãe e eu doso como eu quero), mas eu mimo e curto bastante minha filha. Tudo passa tão rápido! Fico pouquíssimo tempo com ela e isso é a realidade de muitas mães atualmente. Fico fora de casa cerca de 12/13 horas por dia, vamos colocar que 8 horas são dormindo (sonho de toda mãe), sobram 3 ou 4 horas para arrumar a casa, fazer minhas coisas, conviver com família e amigos e dar atenção a ela. Vou falar não porque ela quer colo? De forma alguma! 

O que a Anna vai guardar? Talvez nada. Mas talvez ela coloque na bagagem os vários “nãos” que ela recebeu de mim para colo, para dormir comigo, para dengo. Eu prefiro que ela tenha lá na malinha dela as aventuras, os carinhos, o amor, o aconchego... 
Eu a pego no colo antes dela dormir e encho de beijo só pra ver e ouvir as gargalhadas.  É esse tipo de coisa que quero que ela deixe na bagagem dela e é isso que eu quero ter na minha.

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Desde o primeiro dia de vida, o bebê passa por experiências, adquirindo confiança e segurança no ambiente.
Os primeiros três meses de vida (período conhecido como o “4º trimestre da gestação” ou “exterogestação”) são os mais especiais porque o bebê ainda está aprendendo a viver fora do útero e estímulos parecidos com o que ele recebeu no útero o acalmam: a temperatura no útero é estável, então ele fica mais confortável quando está aquecido; o bebê era sempre “carregado”, “ninado”, então ele adora sentir outro corpo perto do seu, como quando está no colo, no canguru ou no sling; o bebê era alimentado “o tempo todo” pelo cordão umbilical, daí vem a necessidade de mamar e se sentir bem alimentado; o bebê ouvia o barulho do sangue da sua mãe correndo a todo tempo na placenta e nas veias, então eles se acalmam quando ouvem um chiado (nos primeiros meses, com muita cólica, Anna só se acalmava e dormia com o barulho do secador de cabelo.).

Em um ponto da vida, o bebê percebe que ele é um individuo separado da sua mãe. Os pais precisam apoiá-lo ao máximo para que ele se sinta seguro. A ansiedade da separação no bebê é comum no 4º mês de vida, costuma ser bem intensa no 9º mês e tende a acabar por volta dos 12º mês. Essas crises foram bem marcantes na vida da minha filha, principalmente por voltar a acordar durante a madrugada (principalmente por volta do 9º mês), apenas para receber carinho e atenção. Muitas vezes eu dava a mão para ela e ela dormia de novo.

Depois, tem a fase que os medos começam. Anna é bem medrosa e sempre corre pra gente falando “medo. Medo, mamãe.” e nem sempre sabemos do que ela está com medo, mas a acalmamos, conversando com ela e fazendo carinho. Medo é uma questão de proteção. Não sentir medo é perigoso!

Entretanto, o mais importante numa relação entre pais e filhos é o amor. Além de estar alimentada e limpa, toda criança espera ser amada. A partir do dia em que nasce, enquanto cresce e se desenvolve, a criança precisa sentir-se querida, protegida, elogiada, auxiliada, amparada... Um amor feito de gestos, de dedicação, carinho, alegria, serenidade, presença física e atenção e não apenas de palavras faz a criança crescer emocionalmente equilibrada e, na vida adulta, desenvolve um potencial mais humano.

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Minha mãe costuma dizer que eu “pego pesado” na educação da Anna. Ela ainda não tem 2 anos e pede “por favor”, fala “obrigada”, pede “desculpa” ao trombar em você. Todo mundo “se assusta” com isso. Mas eu não acho que pego pesado, apenas estou educando-a, preparando-a para ser "gente grande" descente.

Além de amor e carinho, as crianças precisam ser respeitadas. Sempre conversamos com ela sobre tudo e sim, ela entende. Explicamos porque não pode fazer tal coisa, como fazer outra coisa, porque pode fazer algo por tempo limitado. Ela esquece rapidinho e temos que repetir tudo, mas mantemos nossas respostas. Na educação podemos ser bem rígidos sim, mas isso não tem a ver com o carinho.

Para respeitar uma criança é necessário aceitá-la do jeito que é e evitar, ao máximo, fazer comparações. Cada criança anda no seu tempo, fala no seu tempo, é desfraldada no seu tempo. Os adultos devem entender que a criança é um ser humano, vai crescer, desenvolver capacidades diferentes dos demais e construir sua própria vida, de um modo diferente do que fizeram pai, mãe, avô, avó...

Sabe o que cada criança quer ser quando ela crescer? Ela mesma! Mesmo que ela ainda não entenda isso e responda que quer ser professor, médico, lixeiro, caminhoneiro... Precisamos saber que a grande meta na vida de uma criança é tornar-se ela própria. Portanto, devemos ensinar as normas de convivência, nossos costumes, nossa cultura... sabendo que ela vai aprender com você e com influências externas e vai praticar tudo isso a seu modo, com seus limites, dedicações e imperfeições.

A princípio, a criança age de acordo com suas necessidades, vontades e medos. Ela ainda está aprendendo a compreender relações humanas, analisar situações e tomar decisões. Nossa função é entendê-la e, com paciência e tolerância, auxiliá-la até que o tempo a ajude amadurecer e ela possa fazer suas próprias escolhas de maneira correta.

Olhe para trás. Pense na quantidade de coisas que você mudaria no seu passado. Pense na quantidade de oportunidades que você perdeu por ser ingênua demais, imatura demais. Você é o que é agora porque teve ajuda (ou não) e amadureceu. Ajude seu filho a amadurecer da melhor maneira possível. Ajude seu filho a ter uma bagagem confortável para carregar. Gestos de amor que serão modelos para as futuras ações da criança!!!

  
@minhas24horas
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2 comentários:

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