É inevitável! Um dia, a hora de ir para a "escola de menino grande" chega. Tudo muda! Muda muito!
A sala pode não ser tão colorida como na pré-escola, os deveres de casa ficam cada ano mais complexos e numerosos, os trabalhos, realmente, começam a dar trabalho, aumenta o número de disciplinas, conteúdos e professores (e é um desafio para a criança entender que cada um deles tem seu perfil de educador), as regras são mais rígidas, muita informação nova é apresentada, as provas começam, as etapas, as notas...
Enfim! É um processo contínuo de crescimento, amadurecimento e adaptação. Engana quem acha que a ansiedade acomete apenas a criança. Os pais/famílias também passam por esse processo de adaptar ao novo. Especialmente nos primeiros anos da vida acadêmica, quando a criança precisa de muita ajuda para ler, escrever, interpretar, executar!
Uma pergunta que sempre fazemos é: como ajudar os filhos com os estudos?
Acredito que a melhor forma é iniciar o processo bem antes, mas como assim? Calma! O processo da imaginação, do gosto pela leitura e por livros. Isso dá para fazer desde o início da vida. Leia para a criança, coloque livros em seu quarto, crie esse universo da fantasia, que é sempre acessado com uma boa história.
Sou prova viva que isso funciona! Quando pequena, ganhava livros de uma tia e era muito incentivada por a ler (tínhamos uns combinados). Isso mudou toda a minha história de vida. Amava as bibliotecas da escola e estava sempre por lá procurando um livro, tive mais facilidade para interpretar textos, fazer redações e reflexões sobre todos os assuntos.
Faz muita diferença! Muuuuuita! Toda vez que alguém pergunta de onde vem minha facilidade com alguma coisa, meu domínio ou conhecimento sobre algo, conto essa história dos livros na infância! Porque fez toda a diferença!
As crianças precisam desse encantamento logo no início da vida. Precisam! Então, comece fazendo o cantinho da leitura. Para ajudar, fiz uma postagem aqui no Blog contando como fazer um armarinho para livros usando gavetas velhas, leia AQUI!
Crie um ambiente de estudo, um cantinho da casa destinado aos afazeres escolares. Para as crianças nos primeiro anos acadêmicos, mantenha o alfabeto por perto (visualizar frequentemente as letras ajuda bastante na hora de aprender a escrever), algum brinquedo para fazer operações matemáticas (por aqui usamos o tradicional ábaco) e tudo que auxilie na hora das tarefas. Já fiz uma postagem aqui no Blog sobre como criar uma rotina para as lições de casa: leia AQUI!
Crie uma rotina de estudos para a criança e participe dela. Reserve um tempo para verificar cadernos, livros, agenda, saber o que a criança está desenvolvendo na escola e auxiliar com os deveres de casa/trabalhos. Partilhe com a criança seus conhecimentos e aproveite para (re)aprender conteúdos.
Faça a programação de horários. Reserve o horário para brincar, para ver desenho, para tomar banho, para estudar... Se possível, tenha isso claramente em um quadro e faça o combinado de hora, tempo e regras com a própria criança.
Não esqueça de ter um calendário para anotar datas de provas, trabalhos e entregas de atividades, bem como de passeios e festas. Assim, nem você nem seu filho ficam esquecidos e podem programar a rotina semanal melhor (sem prejudicar o tempo destinado aos estudos).
Cuidado com os eletrônicos! Temos esse desafio na atualidade. É tentador! Que criança (e adulto) não ama ficar parada(o) com uma tela colorida à frente? Mas deve existir equilíbrio e lembre da programação. Cada atividade tem que ocupar o tempo destinado para ela. Se está ocupando tempo demais, é hora de refletir! Coloque limite! As crianças não farão isso sozinhas. Por aqui, por exemplo, é proibido assistir TV de segunda-sexta. A regra é: dia de aula é dia sem TV.
Seja um exemplo! Não adianta querer que a criança ame livros se ela não tem nenhum livro, se não é levada para uma biblioteca, se você não lê para ela, se ela não te vê lendo, se você diz que ler é ruim, que escrever é ruim, que tem preguiça de ler livros...
E não ter livro não é motivo para não ler! Tudo que temos em casa vem com rótulo, etiqueta ou manual de instruções. Na rua, existem panfletos, placas... Existe letras e números em tudo! Também é possível esbarrar por vários projetos de biblioteca itinerante, pessoas de bom coração que criam bibliotecas em lugares inusitados e existem as famosas bibliotecas públicas.
E essa mesma disciplina com a leitura vale para o estudo, para o deveres de casa... As crianças dizem que não têm dever de casa e os pais faltam pouco ajoelhar agradecendo ou falam "ainda bem". Como motivar a criança a fazer dever de casa se parece que isso é a pior parte de ir para escola? Pode até ser para a maioria, mas ela não precisa ouvir isso de você.
Estude com a criança para as provas. Sei que o mal do século é não ter tempo para nada, mas faça isso pela sua criança. Estude com ela! Incentive! Motive! Isso não significa que você precise saber de tudo. Se você não sabe, peça ela para ensinar. Uma das melhores formas de aprender é ensinando. Faça um "prova simulada" para ela. Visite livros, cadernos e as atividades que tenha feito na escola e faça questões parecidas. Depois, dê um tempo para a criança fazer e comente seus erros e acertos.
Por aqui, reservei um caderno apenas para essa tarefa de estudar para as provas. Verifiquei o material didático e o conteúdo da etapa, fiz uma prova de revisão para cada matéria. Era sem consulta e com o mesmo tempo que meu filho teria na escola para fazer. Após corrigir, verificávamos juntos os erros e voltávamos no material para rever o conteúdo. Foi sucesso! As notas foram ótimas.
Incentive novas formas de aprender, preferencialmente brincando e de forma bem lúdica! Por aqui, por exemplo, brincamos de mercadinho. Juntamos embalagens de produtos que já acabaram e temos um dinheiro de mentirinha. Vou ao "mercado" fazer compras e meu filho é o vendedor. Ele tem que fazer a conta de quanto tenho que pagar e dar o troco. Pura matemática! Usa o ábaco como auxiliar para fazer as contas (ou os dedinhos mesmo).
Também temos uma numeração de gavetas. Assim, quando ele precisa guardar ou pegar algo, sempre aviso "na gaveta número tal". Toda vez que faço uma receita, peço ele para pegar o ingrediente no armário e colocar as quantidades necessárias. Ele treina a leitura (tem que ler para saber qual é o ingrediente certo) e a ideia de quantidade (quantas partes de cada ingrediente precisa usar).
É assim! Se a criança estiver sozinha nesse processo, provavelmente será difícil para ela, sofrido e talvez até traumatizante. Por outro lado, se os familiares estão envolvidos e empenhados a ajudar, o processo, com certeza, será mais prazeroso.
Vai um resumão:
Vai um resumão:
Por fim... Dê atenção para a criança. Não fique no celular enquanto seu filho fala com você, não fique na TV enquanto seu filho tenta estudar e pede ajuda com alguma tarefa, não ignore as dificuldades da criança, não a ridicularize por isso.
A vida passa rápido para não aproveitarmos esses momentos de crescimento dos filhos e para não demonstrarmos carinho e empatia (com todo mundo, inclusive!).
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