O que você já deixou de fazer por ser mulher? Foi uma pergunta que vi escrita numa postagem outro dia e que foi logo de encontro com reflexões recentes que tenho feito. É uma pergunta para gerar muito debate, muita reflexão, muitos textos e conversas, mas vou limitar a postagem ao universo materno, uma pequena parte dele. O que você já deixou de fazer por ser mãe?
Sabe o que incomoda? Você, que é mãe, chegar em um lugar (aniversário, bar, casamento, festa, balada, evento...) e a primeira coisa que perguntarem é:
- Onde está seu filho? Por que você não trouxe ele?
A pergunta é digerida quando é um passeio voltado para o universo infantil, como um aniversário de criança, um parquinho... Mas por que a mãe tem que levar a criança para um bar? Um baile que começa onze da noite? Um aniversário num karaokê? Um encontro com amigas?
E não é que a mãe não deve levar. Precisamos, inclusive, de mais espaços onde mães com seus filhos sejam aceitas e incluídas. Cada mãe é que deve analisar se o lugar é apropriado para levar ou não suas crianças, mas por que a mãe que quer ir só em algum lugar tem que ser vista com desconfiança? Isso acontece, especialmente, com mães com filhos pequenos.
Na verdade, as pessoas ainda ficam incomodadas se a mãe faz um passeio sozinha. É aquela arcaica concepção de que a mulher é escrava da maternidade e que tem que dar conta dos filhos 24 horas. Não entendo! As pessoas acham que só porque somos mães temos que fazer apenas "programas de mães".
A recíproca para o universo masculino não parece verdadeira. Nunca vi homem chegar no futebol e ser questionado "por que não trouxe os filhos?". Nem quando chega num bar para curtir, quando vai à despedida de solteiro do amigo ou faz outros tipos de programa sozinho. Juro, nunca presenciei! Normalmente, porque todo mundo já espera que, enquanto aquele pai estiver ali, as crianças estejam com a mãe.
Para a mãe, o convite para os programas costuma já vir com o "pode levar seu filho".
As expectativas sociais são diferentes! E para além disso, será que as pessoas não podem entender que mãe também tem o direito de ficar cansada e querer fazer um passeio sozinha? Que tem o direito de "deixar de ser mãe" por umas horas? Que tem o direito de querer que o pai cumpra com sua obrigação de pai e cuide da criança também?
O que você já deixou de fazer por ser mãe? Quantas vezes desistiu de ir em algum lugar porque teria que sair com crianças, muitas bolsas, lanches? Quantas vezes desistiu de ir em algum lugar porque não tinha com quem deixar as crianças? Ou porque o pai considera um absurdo ficar com os filhos para você sair; ou porque o pai desapareceu no mundo; ou porque você está sozinha na missão de cuidar? Quantas vezes abriu mão de fazer um curso? Abriu mão de um emprego? De um namoro?
É impressionante! Sempre deixamos de fazer algo por sermos mulheres e é muito provável que alguma vez, enquanto mães, deixaremos de fazer algo por sermos mães. Parece que o trade-off é sempre diferente para homens e mulheres.
Deixamos por falta de apoio, por desespero, por falta de opção, por falta de recursos, por medo, pelo fardo que carregamos às vezes, pelos julgamentos, por sobrecarga, por falta de forças, por não ter quem fique com as crianças...
E sempre vai aparecer alguém para dizer:
- Quem mandou ter filho? Assuma a responsabilidade!
Não é nada disso! Todas as mães que conheço são um grande exemplo de esforço pela maternidade. Tenho certeza que essa é a realidade para muitas outras que não conheço. Não é sobre mães assumirem sua maternidade. Adivinha? Elas já fazem isso com muita maestria. Inclusive, até a paternidade elas assumem com muito sucesso.
É sobre sororidade, sobre empatia, sobre reconhecer que mães são muito além de mães. Que precisam de tempo, de passeios, de diversão, de cuidado, de liberdade, de ajuda, de quem olhe por elas, de apoio social para que consigam fazer suas coisas, seus projetos...
Se você aí do outro lado esbarrar com uma mãe sozinha em alguma festa, não gaste o momento perguntando sobre onde estão as crias, com que deixou, por que não levou... Não passe o tempo falando "devia ter trazido", não julgue, não a faça culpada... Deixe a mãe! Deixe ela aproveitar sua vida, fazer as coisas que gosta.
Não haja como se o pai fosse um completo imaturo (por mais que seja) e a mãe uma louca que deixou ele sozinho com as crianças. Pais têm que ser pais! Precisam cuidar dos filhos sozinhos.
E pais, quando as crianças tiverem sobre seus cuidados e as mães forem fazer coisas delas, não fiquem ligando ou mandando mensagens o tempo todo perguntando o que fazer, como fazer, onde estão as coisas... O que vale é a intenção! Faça da melhor maneira que puder! Você é capaz! Dá um tempo para a mãe.
E para aquelas que não têm o pai presente, força! Para estabelecer laços de amizade e companheirismo que possam auxiliar quando precisarem de um tempo.
Mães, vocês são muito especiais! Somos imperfeitas, somos humanas e mortais. Damos conta de muitas coisas, mas sabemos que não damos conta de tudo.
Precisamos nos libertar dessas correntes invisíveis que nos aprisionam em moldes que não nos cabem mais. Cada mãe sabe da sua luta diária!
Quer desabafar? Contar sua história? Escreve para a gente: contato@mamaesortuda.com
- Onde está seu filho? Por que você não trouxe ele?
A pergunta é digerida quando é um passeio voltado para o universo infantil, como um aniversário de criança, um parquinho... Mas por que a mãe tem que levar a criança para um bar? Um baile que começa onze da noite? Um aniversário num karaokê? Um encontro com amigas?
E não é que a mãe não deve levar. Precisamos, inclusive, de mais espaços onde mães com seus filhos sejam aceitas e incluídas. Cada mãe é que deve analisar se o lugar é apropriado para levar ou não suas crianças, mas por que a mãe que quer ir só em algum lugar tem que ser vista com desconfiança? Isso acontece, especialmente, com mães com filhos pequenos.
Na verdade, as pessoas ainda ficam incomodadas se a mãe faz um passeio sozinha. É aquela arcaica concepção de que a mulher é escrava da maternidade e que tem que dar conta dos filhos 24 horas. Não entendo! As pessoas acham que só porque somos mães temos que fazer apenas "programas de mães".
A recíproca para o universo masculino não parece verdadeira. Nunca vi homem chegar no futebol e ser questionado "por que não trouxe os filhos?". Nem quando chega num bar para curtir, quando vai à despedida de solteiro do amigo ou faz outros tipos de programa sozinho. Juro, nunca presenciei! Normalmente, porque todo mundo já espera que, enquanto aquele pai estiver ali, as crianças estejam com a mãe.
Para a mãe, o convite para os programas costuma já vir com o "pode levar seu filho".
As expectativas sociais são diferentes! E para além disso, será que as pessoas não podem entender que mãe também tem o direito de ficar cansada e querer fazer um passeio sozinha? Que tem o direito de "deixar de ser mãe" por umas horas? Que tem o direito de querer que o pai cumpra com sua obrigação de pai e cuide da criança também?
O que você já deixou de fazer por ser mãe? Quantas vezes desistiu de ir em algum lugar porque teria que sair com crianças, muitas bolsas, lanches? Quantas vezes desistiu de ir em algum lugar porque não tinha com quem deixar as crianças? Ou porque o pai considera um absurdo ficar com os filhos para você sair; ou porque o pai desapareceu no mundo; ou porque você está sozinha na missão de cuidar? Quantas vezes abriu mão de fazer um curso? Abriu mão de um emprego? De um namoro?
É impressionante! Sempre deixamos de fazer algo por sermos mulheres e é muito provável que alguma vez, enquanto mães, deixaremos de fazer algo por sermos mães. Parece que o trade-off é sempre diferente para homens e mulheres.
Deixamos por falta de apoio, por desespero, por falta de opção, por falta de recursos, por medo, pelo fardo que carregamos às vezes, pelos julgamentos, por sobrecarga, por falta de forças, por não ter quem fique com as crianças...
E sempre vai aparecer alguém para dizer:
- Quem mandou ter filho? Assuma a responsabilidade!
Não é nada disso! Todas as mães que conheço são um grande exemplo de esforço pela maternidade. Tenho certeza que essa é a realidade para muitas outras que não conheço. Não é sobre mães assumirem sua maternidade. Adivinha? Elas já fazem isso com muita maestria. Inclusive, até a paternidade elas assumem com muito sucesso.
É sobre sororidade, sobre empatia, sobre reconhecer que mães são muito além de mães. Que precisam de tempo, de passeios, de diversão, de cuidado, de liberdade, de ajuda, de quem olhe por elas, de apoio social para que consigam fazer suas coisas, seus projetos...
Se você aí do outro lado esbarrar com uma mãe sozinha em alguma festa, não gaste o momento perguntando sobre onde estão as crias, com que deixou, por que não levou... Não passe o tempo falando "devia ter trazido", não julgue, não a faça culpada... Deixe a mãe! Deixe ela aproveitar sua vida, fazer as coisas que gosta.
Não haja como se o pai fosse um completo imaturo (por mais que seja) e a mãe uma louca que deixou ele sozinho com as crianças. Pais têm que ser pais! Precisam cuidar dos filhos sozinhos.
E pais, quando as crianças tiverem sobre seus cuidados e as mães forem fazer coisas delas, não fiquem ligando ou mandando mensagens o tempo todo perguntando o que fazer, como fazer, onde estão as coisas... O que vale é a intenção! Faça da melhor maneira que puder! Você é capaz! Dá um tempo para a mãe.
E para aquelas que não têm o pai presente, força! Para estabelecer laços de amizade e companheirismo que possam auxiliar quando precisarem de um tempo.
Mães, vocês são muito especiais! Somos imperfeitas, somos humanas e mortais. Damos conta de muitas coisas, mas sabemos que não damos conta de tudo.
Precisamos nos libertar dessas correntes invisíveis que nos aprisionam em moldes que não nos cabem mais. Cada mãe sabe da sua luta diária!
Quer desabafar? Contar sua história? Escreve para a gente: contato@mamaesortuda.com
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