Preciso fazer meu papel de epidemiologista e trazer para discussão um assunto importante: a vacinação!
Recentemente, diante da informação da queda na cobertura vacinal no país, presenciamos diversas entidades manifestando preocupação sobre o assunto, veiculação de informações importantes sobre as vacinas e alertas sobre o perigo das fake news relacionadas à imunização.
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Precisamos refletir sobre o assunto e, nesse mundo tecnológico em que vivemos onde é fácil lançar qualquer conteúdo nas redes, refletir sobre informações equivocadas que são compartilhadas com muita facilidade.
Sem entrar no mérito das estatísticas, das fontes de dados ou dos problemas que afetam nosso sistema público de saúde, que sobrevive mesmo com medidas duras de limitações de recursos... Façamos uma reflexão breve sobre as decisões pessoais de imunização...
Para entender a importância da vacinação é preciso entender sobre a história, sobre o passado, sobre as condições de saúde das populações há muito tempo. Poderia ficar o resto da vida fazendo um resgate histórico para contextualizar nossas atuais condições de saúde.
A expectativa de vida no Brasil já foi menor que 40 anos (hoje passa dos 70 anos) e era comum a transmissão de doenças e consequente óbito por doenças infecciosas. As crianças morriam em seus primeiros anos de vida ou ficavam com sequelas graves por motivos que hoje nos parecem praticamente impossíveis: poliomelite, sarampo, caxumba...
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Você já deve ter ouvido alguma história ou mesmo aconteceu em sua família: uma mãe que teve X filhos, mas X-5 sobreviveram. Morriam nas primeiras horas de vida ou morriam nos primeiros anos da infância.
Conseguimos alterar esse quadro com políticas econômicas e sociais que modificaram as condições de vida e saúde da população. Com saneamento básico, com saúde da mulher e acompanhamento das gestantes, com assistência ao parto e cuidado às crianças ao nascerem, com a redução da desnutrição e, entre outros fatores, com as VACINAS. A vacinação fez toda a diferença nesse cenário.
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Vacinas que foram e são produzidas após muitos anos de pesquisa. Anos e anos de pesquisas de pessoas que dedicam sua vida a tentar melhorar um pouquinho a saúde da população. A vacinação não é uma ideia aleatória, tem fundamento teórico e prático.
O Brasil sempre foi um exemplo de sistema público de saúde que consegue atingir, com as vacinas que disponibiliza, percentual significativo de imunização da população. Muitas doenças por aqui já foram consideradas erradicadas e outras bem controladas. Não morremos mais por causas que, anteriormente, dizimavam populações.
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Um problema, porém, tem sido os movimentos que são antivacina e as fake news que alastram informações sem fundamento científico sobre vacinação.
A vacinação é, na verdade, uma responsabilidade social e coletiva. Precisamos que um percentual alto (altíssimo, normalmente as metas ficam em torno de 95%) da população cumpra com a agenda de vacinação para impedir a circulação de agentes causadores de doenças.
Quando as pessoas deixam de vacinar, cedem espaço para a circulação e multiplicação dos agentes infecciosos e isso vai afetar não apenas os que escolheram não vacinar, mas aqueles que não podem vacinar, seja por causa de alguma intolerância, por causa de algum comprometimento imunológico ou mesmo porque ainda não têm idade suficiente (sistema imunológico imaturo) para receber determinada vacina, como as crianças no início do curso de vida.
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Nós, profissionais da saúde, esperamos sempre essa imunidade de grupo. Que as pessoas estejam comprometidas com a vacinação, entendam sua importância e procurem a imunização, reduzindo a chance de transmissão dos agentes causadores das doenças e beneficiando, especialmente, aqueles que não podem se imunizar ou não conseguiram acesso.
Então, reflita! Não é apenas a sua saúde ou da sua família em questão, é a saúde de toda população. Vacinação é importante sim!
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