Primeiramente, que saudade que eu
estava de escrever aqui! Vamos lá!
Eu, Ed e Ben ( barrigão =D ) |
Uma amiga me fez um pedido muito especial,
pediu para que eu falasse de casamento, ou melhor, problemas no casamento. Pensei
muito no que falaria ou como abordaria esse tema tão particular, mas não
encontrei forma mais honesta do que falar sobre mim, sobre meu casamento!
Este post é bem especifico,
destinado a todos que estão com um pezinho, a cabeça ou o corpo todo fora de
casa.
Provavelmente você ouviu falar
que casamento é difícil, aposto que sua mãe e todas as suas tias falaram isso,
mas mesmo assim você casou! E descobriu que elas estavam certas, aliás,
era mais difícil do que elas falavam ser!
Meu Deus, como
pode um pelo no banheiro, uma apertada diferente na pasta de dente ser tão insuportável?
Sim, um prato sujo na pia pode travar uma guerra sem fim dentro de casa! Convivência, meus amores! CONVIVÊNCIA!
É muito mais fácil
um namoro, onde depois da briga, cada um vai para sua casa e amanhã é outro dia.
É possível dar as costas para o problema até os ânimos se acalmarem. Casamento não é assim. Em meio à guerra é
muito difícil enxergar no outro, aquela pessoa que você se apaixonou. Você não é
o único e nem só o seu casamento é assim. A verdade é que ninguém compartilha
dos momentos ruins, um casamento em crise é vergonha para muitos, vão
escondendo sem procurar ajuda , vão mascarando até não haver possibilidades de voltar
atrás. Quantos casais você jurou que ficariam para sempre juntos e para sua surpresa
se separaram? Não existe conto de fadas, não existe sorriso o tempo inteiro,
ter problemas não é vergonha! Existem tantas guerras que cada um está
travando atrás de largos sorrisos, que você nem faz ideia! Então não fantasie e viva
a sua realidade, o seu casamento. Respeite sua particularidade.
O meu
casamento não foi diferente, há mais de um ano eu saí de casa, juntei minhas
trouxinhas, com a certeza que não voltaria atrás. Voltei para casa dos meus
pais, porque achei que seria a melhor opção emocional, no momento, com meu
filho no colo. Meus pais me receberam de braços abertos, sem julgarem nenhum
momento a situação. Foi estranho, foi difícil, mas eu estava determinada.
Passaram duas semanas e uma amiga me ligou
para saber se eu estava bem e para surpresa dela eu falei que sim! E ela indagou: Como assim
bem? E só conseguia responder sobre
minha rotina, que agora eu tinha alguém para me ajudar, que era menos pesado e
que eu estava me sentindo muito menos cansada, estava sendo uma mãe melhor. Momento
algum eu falei a ela algo que refletia minha vida amorosa, sobre mim e o Ed.
Só
para vocês entenderem, passamos por um período com nosso filho, que ele não
dormia, já tinha mais de um aninho e simplesmente não dormia. Acordava no mínimo
cinco e até onze vezes por noite. Uma noite bem dormida era de três horas de
sono intervaladas. Foi assim por muitos meses, era insuportável! Trabalhava o dia inteiro,
no fim do dia tinha que pegar um trânsito infernal, passar em supermercado, sacolão, chegar
em casa e ainda fazer comida, cuidar da casa e isso sem dormir. Eram dois
zumbis mal humorados dentro de casa, a nossa única alegria era nosso filho, era
tudo em função dele. Naturalmente esquecemos de nós, havia uma muralha de obrigações
entre a gente. Estava exausta, uma trombada no corredor era motivo de briga, já
era pequeno o corredor, ele passou a absolutamente não comportar duas pessoas
no mesmo espaço. Até que um dia o Ed fez algo que me desagradou e sabe o que eu
fiz? Eu dei as costas e fui embora, sem sequer escutá-lo. Foi a gota d’água, foi despejar toda a culpa do meu cansaço nele.
Durante as duas semanas nosso filho voltou a dormir e fui voltando ao meu
estado normal, os problemas haviam diminuído e fui vendo que a culpa não era só
dele, havia muitos erros, mas havia infinitos acertos e que fora todos os
problemas de convivência, ele era sim o amor da minha vida! Ainda era aquele
cara que planejou um casamento inteiro praticamente sozinho porque eu estava
grávida e completamente voada, foi o cara que quando eu cheguei do serviço, num
sábado, me avisou que nosso casamento seria na igreja mais linda da cidade e que
ele já havia marcado. Ele ainda era o cara que eu sonhei em ter uns 59 nove
filhos, ainda era o cara que sempre me dava o que comer quando estava mal
humorada e sabia que isso era a única coisa que resolvia. Ele ainda era aquele
bobo que me matava de rir com todas as suas infantilidades, ainda era ele o
cara que sonhou em casar comigo e achou que eu seria a melhor esposa para ele.
E eu estava sendo? Será? Foi aí que me dei conta que todas as coisas eram
pequenas e que não importavam mais. Assim foi um mês fora de casa, foi aí que eu fui bater na porta dele e
perguntar se já não era tarde demais! E ele abriu porta e pediu algo para comermos e nunca
mais saí do lugar que é meu.
Então, espera
aí, onde estava o meu problema? O problema era minha relação? A verdade é que
eu estava curtindo umas férias da rotina esgotante que estava vivendo, não
tinha nada a ver com meu relacionamento! Fora que é mais fácil transferir, colocar
culpa no outro, o Ed tinha muita culpa, muita responsabilidade na situação em
que chegamos, mas eu também tinha.
No casamento,
se enxergamos portas de saída de emergência, saímos mesmo, a vontade é fugir! Quem no meio do incêndio não
vai procurar sair daquele local? Poucos ficam para procurar um extintor e
apagar o fogo.
Depois desse post, se
você está arrumando suas malas, se sua cabeça ou interesse já estão fora de
casa, pense melhor. Eu já corri do fogo, por imaturidade, por esgotamento, por
medo, por me achar demais, por achar que era completamente suficiente e hoje sou a pessoa que sempre vai procurar o extintor para apagar o fogo. Como
resultado, tenho um casamento muito melhor do que eu imaginei ter. Se tivesse
ouvido isso de alguém, talvez, minhas
roupas nunca tivessem saído do armário.
Motivos para
separar é a violência, os relacionamentos abusivos, a falta de sentimento,
falhas sérias de caráter e não problemas de rotina, convivência e erros. Se não
te violenta, se não te diminui é contornável, há solução. O casamento bem
sucedido nada mais é que duas pessoas que aprenderam a ter tolerância com o
erro do outro, pessoas que aprenderam a resolver os problemas, pessoas que
pararam de acusar. Em uma relação é preciso abaixar os dedos, como isso é
importante!
Se você é mãe, entenda que seu lado materno não tem nada a ver e não substitui
o seu lado esposa e serve o mesmo para o marido. Cuidado com os papeis de “superpais”
e de “supermães”, eles podem falir seu casamento, é necessário um equilíbrio. Um
relacionamento saudável resulta em crianças emocionalmente saudáveis.
Hoje nós temos
um casamento maravilhoso e completamente imperfeito,
os erros continuam praticamente os mesmos, mas o que fazemos deles mudou
completamente nossa história. Eu continuo sendo explosiva, mas o Ed entendeu
que preciso explodir de vez em quando, assim ele me deixa falar até babar com o maior
respeito do mundo, me deixa ser a dona da razão, porque ele sabe que eu tenho
necessidade de ser, escuta caladinho, concorda não concordando e engole quando
sou injusta também. Mas sabe por que ele faz isso? Porque ele sabe que eu vou
dar meus cinco minutos de pausa, ver que falei mais do que deveria, que perdi
minha razão, vou pedir desculpas e ele vai me abraçar e me desculpar de
verdade. Ele já sabe que eu sou assim e não se dói mais por isso, ele não deixa meu
defeito crescer. Assim, como os defeitos dele, comecei a enxergar que o que ele
não era tão bom em algo, ele era insuperável em outro ponto! E qual pesa mais? O lado
bom é claro!
Depois que aprendemos a mudar a forma de olhar, vemos que o outro não é tão
vilão e nós não somos tão bonzinhos. Isso nos faz crescer. Meu amor, se seu
parceiro te faz crescer mesmo em tempos difíceis, não saia dessa porta e se
saiu, volte!
Crescer dói muito, mas só o crescimento nos leva para patamares maiores. Pense
nisso! Você
não precisa de alguém que não te confronte, você precisa de alguém que te faça
ser melhor do que você é.
E o amor? O
AMOR, é aquela mágica que faz isso tudo parecer pequenininho dentro de um “me
perdoe”, “eu te amo” e “sou grato”. Esse não é o amor fantasioso, esse é o amor
real. Procure uma
estrutura emocional, espiritual, seja qual for sua crença. É muito importante! Hoje nós participamos de um
grupo cristão, temos toda semana um estudo bíblico domiciliar e tem mudado
muito nossa vida quanto casal, quanto individual. Acho que Cristo nos mostra o
tempo inteiro que o caminho é amar o próximo, olhar o outro com olhos de compaixão. Mais uma vez, seja qual for sua crença, isso muda uma vida, ou melhor, isso muda o mundo!
Não desista do
seu casamento, se você leu até aqui é porque ainda tem motivos que te levam a
acreditar nele. Não troque uma vida, por momentos, tudo lá fora pode te parecer
mais fácil, mas nem tudo que é fácil pode te fazer realmente feliz. Se pergunte, honestamente,
antes de qualquer decisão: O que está por trás da crise do meu casamento?
Eu acredito na
família, em relações saudáveis e completamente imperfeitas. Com amor, todas as
coisas se tornam possíveis.
Só posso
finalizar este post, com um abraço fraterno e minha oração para o entendimento
e sabedoria alcance cada coração apertado.
Ao meu Ed,
obrigada por me fazer crescer tanto, obrigada por viver um amor real e imperfeito,
obrigada por ser você, te escolherei a cada novo dia das nossas vidas. A você,
meu grande amor, meu “me perdoe”, “eu te amo” e “sou grata”.
Um beijo grande,
Lalá
Que história linda !!conselhos valiosos ! Amei ! E também já bati na portinha do meu amor ❤ e não me arrependo !! Hoje estamos bem graças a Deus! Beijos
ResponderExcluirQue lindo!! Obrigada pelo carinho e que Deus continue te iluminando!! Grande beijo!!
Excluir