segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Sobre brincar, aprender e criar memórias


    Hoje vamos conversar sobre como a brincadeira e o tempo junto afetam não só a autoestima do seu filho, mas também ajuda – e muito - na escola. Ah, eu sei que tem mãe que “não gosta de brincar” ou “não tem tempo pra brincar”, mas fica comigo até o fim que talvez você veja que mesmo sem perceber você já está brincando com o seu filho.

    Da última vez que passei por aqui, a gente conversou sobre como passear gera um impacto direto na relação doseu filho com os estudos e, para dar continuidade, hoje vamos falar sobre como o simples ato de brincar também impacta nessa relação de aprendizado.

    Você lembra que falei sobre a criação de memórias de longo prazo? (você pode ler mais aqui) Sobre como essas coisas que vivenciamos ficam guardadas lá no fundo até que sejam combinadas com novas informações e assim formam um novo conhecimento? Pois então, os passeios são apenas uma das ferramentas que podemos usar para criar essa bagaem. Mas o brincar é outra ferramenta tão importante quanto e, talvez, a que é usada primeiro sem que a gente perceba.

    Nós começamos a estimular as crianças já dentro da barriga da mãe, quando a gente conversa com o bebê e tem até quem leia histórias e coloque musica pra eles. Depois que nascem nós passamos a estimular de outras maneiras além da nossa voz, mas também através do toque e de objetos que são apresentados para a criança. Isso tudo já pode ser considerado brincar.

    É através das brincadeiras simples como esconder atrás do pano e aparecer de volta, que estimulamos o raciocínio lógico. Quando colocamos uma música e começamos a dançar e cantar estamos estimulando a memória e a coordenação motora. Quando mostramos alguma coisa estimulamos a compreensão e a percepção das crianças. Quando contamos uma história estimulamos não só a linguagem, mas a interpretação. Fazemos tudo isso sem perceber, e talvez até sem saber o quanto é importante para o desenvolvimento dela. Porque nessas simples brincadeiras está o alicerce para duas coisas muito importantes na formação do ser-humano:
  1 – A confiança e auto-estima que são construidas através do que podemos chamar de tempo junto. Que acontece quando estamos ali totalmente entregues ao momento com a criança, nem que seja apenas por 5 minutos. É nesses momento que ela entende que você está ali pra ela, que pode contar com você. E é nessa hora também que são construídas as memórias afetivas;
  2 -  Habilidades básicas para a formação de novos conhecimentos. São aptidões como a coordenação motora que aplicamos na hora de fazer um desenho, por exemplo.  Ou o raciocínio logico usado para aprender matemática, mas que praticamos muito brincando de esconde-esconde ou de Lego.

    Ou seja, quando brincamos treinamos e desenvolvemos essas habilidades que vamos usar para conseguir juntar as memorias de longo prazo e criarmos um novo conhecimento. Assim como no esporte, onde o treino mantém a nossa forma física. Brincar diariamente deixa o nosso cérebro funcionando em plena capacidade para realizar as novas conexões.

    Ah, mas como faço se não tenho tempo de brincar com o meu filho ou se eu simplesmente não gosto de brincar?

    Pra quem não tem tempo, existem diversas brincadeiras que podem ser feitas em momentos do dia a dia, como no carro quando está levando as crianças para a escola, na hora do banho e até mesmo na hora de dormir. Já para quem não gosta, aqui é interessante avaliar do que você realmente não gosta. Será que você não gosta de brincadeiras de correr como pique pega, mas fica confortável com um jogo de tabuleiro? Ou prefere brincar de faz de conta ou teatrinho, mas não suporta artes e colagens? Talvez a questão não seja que você não gosta de brincar, mas sim, que você não gosta das brincadeiras favoritas do seu filho. Então que tal propor à criança uma brincadeira que você se sinta confortável e explique pra ele que você não curte muito a outra, mas que essa atividade que está propondo é uma ótima oportinidade pra vocês ficarem juntos. A brincadeira pode não durar 5 minutos, porque as crianças muitas vezes ficam entendiadas rápido, mas aqui a questão não é a quantidade e sim a qualidade daquele tempo que vocês passaram juntos, criando memórias e, porque não, treinando uma habilidade?!

    Vou deixar aqui em baixo algumas sugestões de brincadeiras rápidas, que podem ser feitas no dia-a-dia da família pra você se divertirem bastante.

1 – Estou vendo:
Dinâmica: Uma pessoa começa descrevendo um objeto que esteja no campo de visão dos participantes, dando dicas como cor, um carteristica marcante. A cada dica, o outro participante tenta descobrir qual objeto se trata. Quando o participante acerta, é a vez do outro escolher um obejto e assim por diante.

2 – Adedanha:
Dinâmica: Nessa versão não preicsa de papel ou de saber escrever, apenas palavras. Os participantes dizem a palavra “adedanha” e na última sílaba cada um coloca uma quatidade de dedos. Conta-se os dedos seguindo a ordem alfabérica das letras até encotrar a letra correspondente. (por exemplo: 6 dedos = letra F) E cada participante tem que dizer um nome que começe com essa letra, ou objeto. Ganha quem disser mais nomes e aí recomeça com a escolha de outra letra.

3 -  Mímica:
Dinâmica: Uma pessoa faz gestos imitando algumas coisa pré-determinada como animais, pessoas e a outra tem que adivinhar o que é.

4 – Desenho no vapor do box:
Dinâmica: aproveitar a hora do banho, que o vidro do box ficou todo fosco do vapor e estimular a criança a criar desenhos com o proprio dedo


5 – Complete o desenho:
Dinâmica: O adulto recorta figuras de um jornal ou revista e as cola em folhas em branco. A criança tem que usar a imaginação e completar o desenho a partir daquela imagem da forma que ela quiser. Aqui não existe certo ou errado. 




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