"Perto de muita água tudo é feliz." Guimarães Rosa
E no Pará bota água e felicidade nisso! rs .Eu tenho uma lista dos lugares que quero conhecer ao longo da minha vida. A lista é enooooorme, mas quando realizo um dos sonhos fico em êxtase durante um bom tempo. Um lugar que fazia parte da lista de desejos era Alter do Chão, no Pará.
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Ilha do Amor
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Toda vez que eu lia a respeito desse lugar minha mente ia longe...O caribe amazônico!!!! A imensidão de águas cristalinas do rio Tapajós e a areia clarinha que formavam as praias da região, cenário de beleza ímpar no norte do Brasil, permeavam os meus sonhos .
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Rumo à Ilha do Amor
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Eu perdi a conta de quantas vezes vi as fotos do site Guia Viajar Melhor sobre Alter ,mas nada que eu vi ou li se compara a estar naquela lindeza paradisíaca . Confesso que prefiro montanha a praia, mas praia de água doce é tudo de bom. Sem sal nos olhos, sem cheiro de maresia, sem ondas e cheia de peixes entre as pernas.... A única tensão foi a possibilidade de ver arraias na praia, mas isso não aconteceu, felizmente. Na verdade nem sabia que arraias podiam ser encontradas em água doce .xiii
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Canoas por toda parte
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Já havíamos definido que iríamos para o Pará nas férias . A decisão mais difícil era escolher entre a época da cheia ou da seca: essa escolha direcionaria quais atrações fariam parte ou não do roteiro.Há duas épocas bem definidas para conhecer Alter do Chão: entre Agosto e Janeiro, meses de vazante do Rio Tapajós, formam-se as praias de areia
branquinha e o vilarejo recebe um grande número de turistas. De Fevereiro a Julho, as praias desaparecem na imensidão do rio cheio, mas o
cenário é talvez mais belo ainda, tanto que os moradores dizem que é a
melhor época para conhecer Alter do Chão.
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Caminho até a Ilha do Amor
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Nossa viagem aconteceu em Outubro, época do Círio de Nazaré em Belém e da seca em Alter, aproveitamos as parias, mas alguns passeios , como a Floresta Encantada , por exemplo, ficaram prejudicados .Isso porque há passeios que são realizados somente na época da cheia.
Bem , contamos em outro post sobre nossa Viagem ao Pará. A partir de Belém poderíamos chegar a Alter , via Santarém, por barco ou avião. O passeio de barco duraria cerca de três dias e, realmente eu descartei essa possibilidade. Eu enjoo muito em passeios de barco. Já havia ficado "verde " no passeio de Belém até Marajó e olha que esse translado dura cerca de 2 horas. TRÊS DIAS ao longo do rio seria um preço que eu não estava disposta a pagar. Mesmo com um cenário lindo, comunidades ribeirinhas e experiência de dormir em redes .... Preferimos ir para Santarém de avião.
A viagem durou cerca de 1h50 min. Como voo aconteceu à noite , tivemos que pernoitar em Santarém e de manhã cedinho partimos para Alter do Chão.
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Vista do Porto de Santarém
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Embarcação com redário: esses barcos fazem o transporte de Belém/ Santarém ou Manus/Santarém
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O taxista que nos levou do aeroporto até Alter disse que se tivéssemos sorte encontraríamos botos próximo ao mercado de peixes. Chegamos a ir ao mercado , mas não conseguimos ver os botinhos. Os pescadores disseram que os animais só podiam ser vistos, naquela região, na época das cheias. De qualquer forma foi muito interessante o passeio pelo mercado. Peixes de inúmeras espécies expostos para compra, uma variedade enorme de farinhas, pimentas e garrafas de tucupi ( caldo amarelo extraído da mandioca brava que é fervido durante dias para liberar toxinas e utilizado em vários pratos da gastronomia paraense) estavam à venda no mercado. Além de frutas típicas e castanhas.
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Mercado do peixe
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Mercado do Peixe
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Bem , mercado visto, seguimos em direção a Alter do Chão. No caminho contemplamos o encontro dos rios: Amazonas e Tapajós . Pura lindeza. O local tem uma paisagem das mais inusitadas devido ao encontro das
águas azul-esverdeada do Rio Tapajós com as águas barrentas do Rio
Amazonas. Um fenômeno natural onde os rios correm lado a lado por uma
longa extensão, mas não se misturam devido a diferença de
temperatura e densidade das águas.
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Encontro dos rios
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Depois de cerca de 45 minutos de carro chegamos a Alter do Chão.A principal atração turística da região oeste do Pará, ficou mundialmente conhecida quando o jornal inglês The Guardian, destacou Alter do Chão
como uma das mais belas praias do mundo. Desde a descoberta o lugar
atrai milhares de viajantes que querem se esbaldar nessa famosa praia de
água doce e descobrir as belezas da Amazônia paraense.
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Canoas que transportam turistas até a praia do Amor
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Alter do Chão, antes
uma comunidade de pescador, parece ser pequena a primeira vista, mas é
grande em variedade de atrativos e cultura. Não são só as belas praias
que fazem da simpática vila um destino tão desejado. Beirada pelas águas
cristalinas do Rio Tapajós, Alter está exatamente no meio do maior
aquífero em volume de água do mundo, denominado Aquífero Alter do Chão. Apenas para se ter uma ideia, esse tem o dobro de tamanho do Aquífero Guarani e abrange parte dos estados do Pará,
Amazonas e Amapá. Devido à grande concentração de rochas permeáveis, há
constante formação de nascentes, lençóis freáticos e rios de água
mineral. Dificilmente você vai encontrar uma água mais limpa que essa em
qualquer lugar do mundo.
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Período de seca na Ilha do Amor
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Alter é distrito do município portuário de Santarém,
terceira maior cidade do estado. Diferente de outros pontos da Floresta
Amazônica, Alter do Chão está cercada por praias popularmente
conhecidas como o “Caribe Amazônico”, a vila que faz jus ao nome
realmente proporciona praias que lembram as caribenhas. Quase sempre
desertas, as praias de Alter são de areias branquinhas e
oferecem banhos em águas claras de temperaturas agradáveis. Os rios
sempre extensos e largos, com horizontes a perder de vista, também nos
remete ao oceano.
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Quiosques à beira rio
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Formadas na vazante do Rio Tapajós, as praias fazem a alegria dos turistas. Central e mais famosa, a Ilha do Amor
tem acesso por canoa ou, na maré baixa, em uma caminhada – são 10 km de
areia branquinha e muita agitação em seu início, com cadeiras de praia e
bares. No município de Belterra, com acesso de barco ou por estrada de
terra, Pindobal também tem muitos bares e características parecidas com a Ilha do Amor. Ponta do Cururu é literalmente uma ponta de areia onde os botos bailam sobre as águas –
o acesso é por barco ou caminhada a partir da Ilha do Amor. A Ponta do
Cururu é muito procurada na hora do pôr do sol realmente deslumbrante!
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Pôr do Sol na Praia do Cajueiro
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E os sol se põe no rio
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Também formado apenas nos períodos de seca, o Lago Verde
fica bem próximo à Ilha do Amor, separado do Rio Tapajós apenas por um
grande banco de areia. Lá, mergulha-se nos igarapés e caminha-se ao lado
de macacos e cutias. È lindo!!!!
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Menina do rio
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O site viajante comum nos ajudou muito na escolha de passeios em Alter. Fizemos o passeio até Pindobal, Ponta Cururu, Lago Verde .
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Praia de Pindobal
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Pindobal, em Belterra, foi uma aventura, pois o trajeto foi feito de bicicleta. Uma aventura a mais no currículo!
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Praia do Pindobal
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A estrada é precária e demoramos muito para chegar à praia , mas vale a pena, pois vimos botos e tivemos uma praia exclusiva para chamar de nossa. O lugar é bem cheio aos finais de semana. Optamos pelo passeio em dia útil , por isso a praia estava praticamente deserta. Sorte que havia um quiosque aberto mesmo em plena segunda-feira.
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Praia privativa para chamar de nossa!
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O calor no Pará é surreal: quente, muito quente!!!!Diferente do que acontece em Belém não chove todos os dias em Alter do Chão." Os quiosque pés na água" na Ilha do Amor ajudaram bastante a aliviar o calor. Fora que o tratamento é vip, a comida bem saborosa e o preço justo.
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Vida boa!
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Visitar Alter durante a seca oferece a possibilidade de praias como as da Ilha do Amor , mas a viagem na época da cheia deve ser tão encantadora quanto, mas a vibe é outra , é claro.
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Viagem ao paraíso
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O site Aos 4 ventos tem dicas preciosas para quem ficou interessando em visitar essa "lindura" da Amazônia. Vale a pena pesquisar!
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Foto postal de @levenaviagem da Ilha do Amor
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"... porque tenho a sensação que depois de algumas viagens, dependendo
das vivências, o corpo vem primeiro. Depois, aos poucos, é que a alma
vai chegando. Portanto, não seria errado dizer que estou aqui, mas
também um pouco lá e há um tantinho no meio do caminho..." Regina Volpato
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Cartão postal
A viagem a Alter do Chão foi sem dúvidas inesquecível e correspondeu totalmente às nossas expectativas.
Viajar , como sempre digo, é um projeto familiar e está nas nossas grandes prioridades .
Escrever
sobre as viagens, rever fotos , falar sobre roteiros nos ajuda a
reviver momentos tão intensos, cheios de afeto, aprendizado e gratidão!
Voltamos
de um lugar super quente e já iniciamos projeto para uma trip
"congelante". Ficou curioso? Daqui a alguns meses o Leste europeu
deixará de ser um sonho e será uma realidade . Acompanhe nossas
aventuras em @arcoirisnomeuceuu.
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Por Fernanda Grey
@arcoirisnomeuceuu
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