Nos meus dois últimos textos aqui no Blog comecei a contar sobre minha mudança para outro Estado sem meu filhote: Mãe Egoísta? (leia AQUI) e Mas e Seu Filho? Com quem Ele Vai Ficar? (leia AQUI).
Antes mesmo de mudar, planejei voltar "pra casa" de 15 em 15 dias, no máximo! Mas eu sabia, mesmo sem querer, que eu não conseguiria cumprir essa meta. Sabia que os compromissos que eu precisaria assumir no meu novo ambiente de trabalho e moradia limitariam minhas viagens e mesmo as condições financeiras que são abaladas em processos de mudança.
E aqui estamos, completando um mês sem nos encontrarmos fisicamente. Conversamos todos os dias por chamada de vídeo (eternamente grata a quem desenvolveu essa tecnologia), mas é quase uma prova de resistência.
Porque é ali, na hora que vejo seu rostinho na tela, ouço sua voz doce ou me conta algo muito importante que aconteceu (e eu não estava lá pra presenciar), é ali que eu finjo muito bem que estou firme na luta.
Mas o que ele não sabe é que as lágrimas costumam cair depois que desligamos a chamada e que há dias em que acordo no meio da noite com a sensação que ele está dormindo na minha barriga, como costumava fazer. Há dias em que passo um bom tempo olhando suas fotos e pendurei seus desenhos por toda a casa.
Isso faz parte do meu ritual de não esquecer os motivos que me trouxeram aqui e me fazem buscar ser minha melhor versão... Todos meus motivos voltam-se pra ele, meu filho!
O paradoxo da maternidade: o que nos faz mais forte pode ser exatamente nosso ponto fraco. Meu filho é meu maior motivo pra continuar, mas é também meu maior motivo pra desistir.
A saudade é imensa, a vontade de correr pra encontrar, abraçar, apertar, sentir o cheiro de menino que correu na pracinha, brigar pra tomar banho e escovar os dentes, responder àquelas perguntas mais inocentes... Ah, como a saudade aperta e dói!
Mas eu lembro dele dizer "você sabe de tudo!" ou "você é super-mãe!" e sigo adiante com todos os planos. Porque essas frases apareciam toda vez que fazia algo que, pra ele, só eu conseguiria fazer. No seu mundo imaginário, sou a pessoa mais inteligente que ele conhece e pra quem ainda tem, mesmo que distante, que perguntar algumas coisas para as quais não acredita nas respostas dadas por outras pessoas.
Então eu continuo!
E todo esse processo, que só findará no final do ano de 2022, ainda é para que ele continue olhado para a mãe que tem e vendo nela seu maior exemplo de luta, de busca por sabedoria, de percorrer sonhos...
Espero que esse momento de distanciamento físico que vivemos o inspire em, pelo menos, uma coisa: no desejo de transformar o mundo fazendo algo em que acredita, seus sonhos!
Aaaah senho Garrides, meus zóio ficaram melados. Lindo!
ResponderExcluirOnwww, meu querido! Obrigada pela leitura! Aquele abraço!
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