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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Cuidados de uma gestante no transporte público


Gravidez não é doença. Mas é fato que uma mulher grávida está muito mais vulnerável a acidentes. A ação dos hormônios, as necessidades do feto e a alteração do equilíbrio faz com que as mulheres tenham quer ter atenção redobrada nos transportes públicos.
Assentos preferenciais

Assentos preferenciais
Às vezes, a mulher está grávida e ainda nem é visível, mas sentimos muito os efeitos que isso causa no organismo. Os três primeiros meses são perigosos devido ao risco de aborto espontâneo (já que o embrião possui metade da carga genética do pai, o que é "estranho" ao organismo materno e o corpo combate este “corpo estranho”), os enjoos são terríveis e por aí vai.

Uma vez, ainda no primeiro trimestre, eu passei mal no ônibus. Eu estava em pé, em frente às cadeiras amarelas (prioritárias). Para não cair, pedi a um rapaz, que parecia ser um pouco mais novo do que eu, que me deixasse sentar. Ele ficou me olhando e não quis ceder o lugar. Insisti, falei que estava quase na hora de eu descer, que ele poderia sentar de novo e ele só me olhava, sem se levantar. Três mulheres o tiraram do lugar, me ajudaram a sentar e começaram a reclamar do moço. Como eu estava mais pra lá do que pra cá e nem consegui prestar atenção no que elas diziam, só percebi que estavam revoltadas com a atitude dele. Qual a dificuldade em levantar ao ver alguém que está desmaiando? Ainda mais depois deste alguém explicar que estava grávida...
Gravidez x Transporte público
Em outra ocasião, eu já estava com 7 meses de gravidez, gripada, com sinusite, episódios de febre, pressão baixa e tenho hipotireoidismo (o que classificou minha gravidez como de risco). Desmaiei  uma vez na farmácia e duas no ônibus. Enquanto não melhorava e tomava os remédios – que tinham efeitos colaterais – tomava o máximo de cuidado possível comigo mesma (quem me conhece sabe que sou um desastre, trombo em tudo, derrubo tudo, que coisas impossíveis de acontecer acontecem comigo. Meu marido brinca que sou um “perigo pra humanidade”! Rsrsrs. Costumo dizer que a lei de Murphy pesa um pouco mais sobre mim. Enfim, grávida, dodói, desastrada... tinha que me cuidar!).

Entrei no ônibus na porta de casa e já estava bem cheio. Havia um lugar na frente e me sentei. Meus olhos estavam vermelhos, ardendo e lacrimejando, então fechei-os. Não dormi. O ônibus foi enchendo ainda mais. De repente levo um forte tapa na escápula e um cara me manda levantar para um idoso se sentar. Eu SEMPRE me levanto para idosos sentarem, mesmo estando grávida. Porém, neste dia eu não tinha condição de fazer isso. Comecei a chorar de raiva. Quem ele acha que é para me bater? Ou melhor, quem ele acha que é para bater em qualquer pessoa que seja? Sou super a favor de chamar a atenção mesmo, já que as pessoas estão cada vez mais sem noção e não cedem lugar. Mas independente de quem esteja lá, homem, mulher... bater em alguém para levantar é ridículo e desnecessário. 

Desci do ônibus e entrei no metrô. Era horário de pico, então fiquei em pé. Uma senhora, que me viu no ônibus, queria me ceder o lugar dela. Falei que não, que ela tinha tanto direito quanto eu (ela estava no banco reservado, cheia de sacola e era idosa). Tinha outra mulher no banco preferencial ao lado dela. Essa não tinha direito de estar lá, mas nem falou nada, só ficou me olhando. Então, outra mulher que estava perto, no banco não preferencial, levantou e me deu lugar.
Corpo da mulher na gravidez
Nos transportes públicos, ouvimos vários comentários como “O que essa grávida faz essa hora da manhã em um ônibus lotado?”, “O que essa mãe faz com uma criança aqui?" e por aí vai.

Mãe com criança no colo, algumas vezes, é inevitável. Quando o bebê nasce, tem o teste do pezinho, da orelhinha, consulta com pediatra..., a mãe tem consulta com o obstetra e por aí vai. E quem não tem carro, não pode ir? Sem contar que depois as crianças precisam ir à escola. Alguns pais não têm carro, outros deixam a criança na escola e vão trabalhar direto... ou seja, precisam estar no transporte público e em horário de pico.
Atualmente, as mulheres precisam trabalhar e gostam de ser independentes (a não ser que a gravidez não permita por oferecer riscos ao bebê e/ou a mãe.), ou seja, há a necessidade de usar o transporte público!
Sim, pais com crianças no colo e gestantes são pessoas normais. Porque não podem pegar um ônibus ou metrô na hora que quiserem? Ouvir isso é péssimo...
Gravidinha pronta para sair
Gravidas são pessoas normais, mas precisam ter cuidado. Eu segurei muito a onda e só pedi lugar uma vez. Porém, de um tempo pra cá, fiquei pensando: E se eu tivesse caído e machucado minha princesa ou a perdesse? E se eu tivesse batido minha barriga? (certa vez me viram em pé no  ônibus e contaram sobre uma grávida que caiu de barriga pra baixo e perdeu o bebê). Sinceramente, grávidas têm que pedir lugar com toda certeza!

Segundo uma matéria que li no site da “Pais & Filhos”, 61% das grávidas ficam de pé no ônibus e 9% só conseguem se sentar quando passam mal.
Isso são apenas exemplos do que uma grávida passa no dia a dia. O mundo está clamando por boa educação e cortesia. 

Gestante no assento prioritário

Abaixo algumas dicas para enfrentar o dia-a-dia nos transportes públicos:
- Passar de lado na catraca: a grávida deve sempre passar de lado para evitar bater a barriga. Assim, o quadril faz força para o passar e não a barriga. 
- Usar os sapatos adequados: sapatos baixos e confortáveis ajudam a manter o equilíbrio (o centro de equilíbrio da grávida é deslocado para frente devido a barriga que cresce e fica mais fácil da mulher cair); 
- Deslocamento: Passar pelos corredores apertados é bem difícil e tem gente que não dá licença para a gente passar. Tenha muita atenção, principalmente porque podem ocorrer freadas bruscas e alguém acertar sua barriga.
- Embarcar com atenção: Onde o embarque é organizado por fila, é tranquilo embarcar. Mas e onde o “salve-se quem puder” domina? Gravidinhas, deixem todo mundo embarcar e espere para embarcar depois, assim vocês não correm o risco de serem esmagadas pelos demais passageiros. E caso tenham dificuldade no embarque (degrau muito alto, por exemplo), peça ajuda a algum passageiro, ao motorista ou ao cobrador.
- Cuidado ao sentar no corredor: Mesmo sentada, a grávida tem que ter muita atenção, principalmente se estiver no assento do corredor, pois podem passar pessoas distraídas com bolsas e mochilas e acabar acertando a barrigona linda!
- Lugar para ficar em pé: Ficar em pé próximo a porta também é um risco, não só para as grávidas, mas para todos os usuários. Afinal, qualquer pessoa que estiver descendo pode esbarrar e acabar derrubando quem está parado ali. Não existe “melhor lugar” para uma grávida ficar em pé, pois grávidas deveriam sempre estar sentadas. Porém, caso não consiga se sentar, escolha um local menos cheio, onde menos pessoas transitarão (do início até a porta do meio do ônibus todos os passageiros passam, sendo um grande risco ficar ali. Mas ir para o fundo do ônibus cheio também é uma tarefa complicada e arriscada. Nessas horas, o que predomina é o bom senso da mamãe).
- Alimente-se bem: a mulher grávida tem que se alimentar com regularidade e de uma maneira saudável. Ficar sem comer, pode deixar a grávida enjoada e com tontura. Por isso, coma antes de enfrentar o transporte público e tenha sempre lanchinhos para a hora do aperto (como barras de cereal, frutas secas ou biscoitos) e uma garrafa de água para beber com frequência e evitar a desidratação. 
- Não deixe de ir ao banheiro: Meu trajeto trabalho – casa durava em média uma hora e meia / duas horas. Para uma grávida, isso pode ser um tempo longo demais sem ir ao banheiro. Sem contar, que o trânsito pode agarrar e demorar horas para chegar ao destino. Se for ao caso, vá a banheiros de restaurantes ou lojas no percurso (eu, por exemplo, pegava ônibus, metrô e ônibus. Algumas vezes eu precisei ir ao banheiro entre as viagens). E é sempre bom estar preparada para banheiros desprovidos de papel higiênico. Eu me acostumei e até hoje tenho na bolsa lenços umedecidos (o mesmo que minha filha usa) e álcool em gel!
- Desembarque seguro: ande devagar, segure nas laterais da porta ou da escada e peça ajuda se necessário, para não correr o risco de escorregar/cair.

Grávida em pé no transporte público
Lembre-se: faça valer seu direito!
Se não for outra gestante, idoso, pessoa com criança no colo ou deficiente, peça – de maneira educada – que a pessoa ceda o lugar. 
Não seja tímida, afinal sua saúde e a vida do seu bebê estão em jogo!

37 semanas!
@minhas24horas