Olá,
Este post saiu lá do fundo do coração e vamos falar de um assunto lindo: ADOÇÃO. Depois que escrevi sobre minha gravidez sendo portadora de trombofilia aqui no blog. Recebi muitos relatos de gravidez interrompida e só quem passou ou quem leva uma gravidez de risco sabe a dor disso tudo. Lá em casa acreditamos que tudo tem um propósito, mesmo com sucesso na nossa gravidez, a adoção é sempre um assunto em pauta. Então, resolvi trazer uma luz para as mãezinhas que me escrevem.
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Adotar sempre foi uma vontade do meu coração, mesmo antes de saber da minha condição, e o Ed, desde que começamos a namorar, sempre demonstrou a mesma vontade e o mesmo coração aberto. Vou confidenciar uma particularidade muito especial com vocês: Quando era mais nova, tive um sonho em que olhava uma menininha numa banheira brincando com a água, tinha cachinhos molhados e o sorriso dela era tão lindo, que as gotinhas que caiam das pontas dos cachinhos faziam festa junto com ela! Era uma alegria contagiante, dava vontade de congelar aquele instante! Logo, apareceu um ser iluminado e me disse: "Está vendo aquela menina alí, ela vai precisar muito de você, você vai encontra-la quando for a hora" E assim terminou o sonho, acordei extasiada, certa de que não era qualquer sonho. Assim eu acredito, que uma hora eu vou encontrar aquela menininha, seja ela ou ele, seja ela neném ou grandinha, seja de cachinhos, crespinho ou lisinho, seja de qualquer cor. Eu vou encontra-lá, ou melhor, nós vamos encontra-la, eu, Ed e Benzinho. E adoção pode ser que seja o caminho, mas eu não tenho pressa, nem coração ansioso, porque sei que ela vai chegar e vou poder apresenta-la aqui para vocês.
Assim, trouxe um relato de adoção da minha família, uma adoção que foi tão natural, que até nos esquecemos que ela aconteceu.
Esse é o relato do Lucas, MEU PRIMO. Chegou para nós, uma bolotinha branca com bochechas vermelhas e se tornou um homem de bem, caráter maravilhoso, um bom amigo, um bom filho, um bom namorado, um ótimo profissional e nos enche de orgulho a cada dia. Ele nasceu do coração da Tia Neide e do Tio Chico e vai contar um pouquinho como ele se sente em relação a isso:
"Bom dia, boa
tarde ou boa noite para quem lê.
É com muito
orgulho e satisfação, que me apresento como Lucas de ANDRADE ARAUJO.
Essa semana
recebi um convite de uma prima, que eu nem preciso falar que eu amo muito, pois
ela já sabe, para falar sobre a minha história de vida.
Como algumas
já sabem, eu sou adotado. E as vezes me
perguntam, “ah, como é?”, “como você se sente?”, “você tem vontade de conhecer
seus pais biológicos?”, muitas dessas perguntas serão respondidas ao longo dessa
mensagem.
Algumas
pessoas do meu convívio, que ficavam sabendo depois de anos, até me
perguntavam, “porque nunca falou disso antes?”, e eu até brinco dizendo: "Uai,
vou chegar pra uma pessoa que acabei de conhecer e falar, prazer meu nome é
Lucas e eu sou adotado." Kkkkkk! Não é bem
assim, tão fácil. Algumas pessoas do meu convívio, creio eu, não sabem até
hoje, e outros que já sabem, as vezes até esquecem, justamente por ver o quanto
amo minha família, o quanto eles me amam e o quanto somos parecidos. Mas vamos lá,
abaixo contarei um pouco da minha história:
Nasci em
junho de 1993, e por razões que eu não sei explicar minha mãe biológica me
deixou na maternidade para adoção. Aí, vocês se perguntam, “você sente raiva?”,
“se sente triste?”, e a resposta para
ambas é não. Eu não tenho como julgar uma pessoa que eu não conheci, e acredito
que tudo na vida tem um propósito, e no caso, eu ganhei a melhor família que
Deus poderia me dar.
Descobri que
eu era adotado lá pelos meus 12 anos, não lembro ao certo. Quando descobri, vários pensamentos me
perturbaram, mas em nenhum momento, pensei em deixar minha família. Eu quis
sim, procurar minha família biológica, mas com o tempo, o crescimento e
amadurecimento, percebi que minha mãe, foi aquela que sempre esteve ao meu lado
e que meu pai sempre foi aquele que me apoiou. E hoje eu digo, no sentido mais
literal da palavra, Pai e Mãe é quem cria, é quem dá amor, dá valor, dá
carinho, te mostra o caminho para você mesmo decidir o que é certo e errado, e
caso errar, eles ainda estarão lá pra te apoiar de qualquer forma.
Hoje eu sou
muito grato por toda a família que tenho, incluindo, pai, mãe, tios e tias,
primos e primas e minhas avós, meu avôs eu não tive o prazer de conhecer, mas
sou grato a eles também, por terem educado meus pais e de alguma forma terem
passado sua experiência pra mim, mesmo que indiretamente.
A afinidade
que eu tenho hoje com minha família, é coisa fora do comum, como toda família,
temos altos e baixos, mas isso não tem nada a ver com o fato de ser adotado ou
não, são apenas coisas da vida, que qualquer um passa. As vezes me
emociono, ao pensar em tudo que passei com eles, e por tudo ainda que terei
de passar, pois foram eles, que me ensinaram a crescer, e a caminhar com minhas
próprias pernas, para que um dia eu fosse dono do meu futuro.
E hoje, mais
do que nunca, apenas quero ser o exemplo de filho que eles me criaram para
ser. Um filho que corre atrás, que busca suas conquistas, um filho que teve
como exemplo uma mãe batalhadora e trabalhadora, que as vezes se esgota para me
ajudar, mas que nunca reclama por isso. E um exemplo de pai, que apesar de
todas as dificuldades, nunca deixou de estar presente. Exemplos de pais que
nunca me deixaram faltar nada, e quando digo nada, não me refiro a bens materiais,
e sim sentimentos, sentimentos bons, de alegria, calmaria, tranquilidade,
aquele sentimento de que, quando eu precisar eles estarão ali pra ser meu porto
seguro.
Enfim, dito
isso, gostaria de agradecer a oportunidade de contar parte da minha história e
me colocar a disposição para qualquer dúvida e conselho que eu possa dar para
ajudar."
Bom, deixei para falar que ele é lindo agora, porque depois de ler esse texto, vocês podem concordar comigo sem ver uma foto dele, né?
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Lucas de Andrade Araújo |
E Lucas, quero te dizer em nome de toda a nossa família, que nós quem agradecemos você ter nos escolhido, agradecemos ter o privilégio de te amar e sermos amados por você. De termos "aquela coisa de outro mundo". Obrigada por nos ensinar tanto, obrigada por experimentar essa forma de amor maravilhosa. Obrigada por me inspirar. E eu, não poderia deixar de colocar aqui, mais algumas umas palavras tão importantes para você:
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Namorada Thay, Tio Chico, Tia Neide e Lucas |
"Olá, eu sou a Neide, a mãe do Lucas.
Quando eu e meu marido decidimos adotar uma criança ficamos um bom tempo amadurecendo a ideia. Até que chegou o Lucas. No momento que eu peguei ele nos braços pela primeira vez, ele me deu um sorriso e eu disse: muito prazer, eu sou sua mãe e você é meu filho! Começou ali, a minha maternidade.
Nosso DNA e nossa GENÉTICA é o amor, o carinho, a amizade, a cumplicidade, o cuidado. Ontem eu e meu marido ensinamos e orientamos. Hoje somos nós que aprendemos, a cada dia que passa, um pouco mais com ele. Um homem responsável, amado, amigo.
Amamos nosso filho e temos orgulho dele. Vibramos com suas vitorias, apoiamos seus projeto e agradecemos a DEUS o filho que ele nos deu. NOSSO FILHO. NOSSA VIDA."
Bom, mamães e papais este post foi para lembrar que um filho sempre é gerado no coração e nada mais importa. Quando se fala em adotar, qualquer pergunta ou dificuldade a resposta sempre será só uma: AMOR. Se o sonho não puder nascer da barriguinha, ele pode nascer do coração. Se um sonho não for possível, a gente reinventa ele, muda o meio, dança conforme as circunstâncias, mas o que a gente não pode, é desistir!
Adoção é ato mais lindo e nobre que existe. Abra seu coração para o AMOR, como essa família, que se tornou a minha inspiração. São palavras de uma mãe que teve uma gravidez difícil, cheia de medos e que talvez, um segundo filho vindo da barriguinha não seja mais uma opção, talvez ela gere, agora, pelo coração.
Um grande beijo,
Lalá
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