O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi definido pela Organização das Nações Unidas em 2007, e é comemorado no dia 2 de abril. É uma data importante, pois muitas pessoas não compreendem o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo fundamental a propagação de informação de qualidade. Entender melhor esse transtorno é a chave para o fim do preconceito e da discriminação que cercam as pessoas com TEA, as quais apresentam apenas uma forma diferente de agir e encarar o mundo.
E hoje, temos o prazer de publicar a entrevista que fizemos com a Virgínia Santana, 38 anos, contadora, casada com Neimar Santana, mãe do Pedro, de 5 anos e do Arthur, de 4anos, que recebeu o diagnóstico de autismo quando ele tinha 18 meses.
Eu percebi que tinha alguma coisa de errado quando a pediatra disse que ele deveria falar 50 palavras com 18 meses. E ele apenas "emitia sons" sem funcionalidade.
2) Qual profissional você buscou nesse momento?
Primeiro a pediatra, com o encaminhamento dela a neuropediatra, que indicou que poderia ser autista mas que era necessário descartar outras comorbidades através de exames clínicos.
3) Como foi receber o diagnóstico?
É um processo de luto muito doloroso, você pensa em mil coisas como: será que ele vai falar? Será que vai aprender a ler? Será que vai ser independente? Como serão os julgamentos dos outros? Como vai ser se eu morrer? Tudo isso passa na sua cabeça, você pensa que pode ter sido castigo de Deus, ou algo assim, um misto de sentimentos mas que graças a Deus passou com muita rapidez por conta de procurar entender a condição dele.
4) O que mudou na sua vida após o diagnóstico do autismo? Quais desafios e cuidados especiais você precisa ter com seu filho?
Não mudou nada, apenas tivemos que ajustar a rotina diária para que ele pudesse fazer todas as terapias, a natação, ir a escola, brincar, dormir, e todas as outras coisas que as crianças fazem, além de ter que ajustar um tempo também para que o irmão não fosse deixado de lado. Os desafios são vencidos diariamente pois cada progresso de desenvolvimento é um feito sensacional, não tenho cuidados especiais com ele, me preocupo apenas em sempre ter coisas que ele gosta de comer ou de fazer para que ele se sinta bem em qualquer ambiente.
5) Como é a rotina do seu filho? Como ele está após o diagnóstico, feito há quase 3 anos?
Tenho uma rede de apoio muito presente, minha tia Tania (professora aposentada) cuida dos processos da rotina da casa, ajeita materiais de escolas, atividades da escola, leva os dois na natação, leva no inglês, prepara eles todos os dias e meu esposo leva nas terapias diárias. Segunda, terça, quinta e sexta ele faz terapia na parte da manha, fono, T.O, psicóloga e fisioterapeuta, segunda, quarta e sexta faz natação, quarta faz inglês e tem aula regular na escola todos os dias de 13 as 17:30.
Atualmente ele tem uma comunicação bem rica, entende perfeitamente todos os comandos, brinca muito, assiste desenhos, ama ler livros e ouvir histórias porém ainda tem a estereotipia vocal e motora muito acentuada.
6) Ele frequenta escola? Como foi sua adaptação?
Desde o diagnostico feito no primeiro ano de pandemia coloquei ele na escola com aval da neuro para que ele pudesse iniciar o processo de socialização e desenvolvimento. Foi a melhor escolha. Ama escola, nunca teve nenhum problema de adaptação, participou de vários eventos como dia das mães, dia dos pais, festa junina e festa de fim de ano, juntamente com os colegas fez apresentações, sabe letras, números, cores, tudo dentro da idade correta de aprendizado porem tem muita dificuldade motora na escrita, atualmente faz fisioterapia pois tem hipotonia muscular, muito comum no autismo.
7) Como é a convivência dele com outras pessoas?
Em um ambiente de festa infantil onde ele não conhece ninguém, ele brinca porém ainda não toma a iniciativa na socialização. Ainda tem muito a referencia do irmão. Em ambientes que ele já conhece as crianças, se sente muito confortável. Em ambientes com menos crianças conhecidas tem mais facilidade com adultos.
Toda a família ajuda de alguma forma e desde o primeiro momento levaram muito a serio a condição dele. Não houve julgamentos, nem capacitismo.
9) Você tem um filho mais velho que o Arthur, o Pedro. Como é a relação dos dois e como você concilia os cuidados com os filhos?
Hoje o Pedro é o melhor amigo do Arthur, a referência dele. Tudo que o Pedro faz ou fala vira espelho para o Arthur. Por isso tentamos mostrar para o Pedro de maneira suave que ele deve ser um bom menino porque seu irmão é seu melhor amigo. Eles brincam muito, brigam também, afinal são crianças e irmãos. São os mesmos cuidados. Não há diferenciação.
10) Como é ser mãe de um menino autista? Como é ser mãe do Arthur?
É ter a oportunidade de viver a infância com menos rapidez. O desenvolvimento dele é diferente do desenvolvimento de uma criança típica, então o processo que vivemos com ele é desacelerador. Ele veio para me trazer paciência e para que eu colocasse o pé no freio. Ele é um doce de menino, muito esperto, muito carinhoso, muito voluntarioso, tem posicionamento e tirando o fato que levamos a terapia, ele e o Pedro são educados e tratados da mesma maneira. Eu amo ser mãe de uma criança tão incrível.
11) E como ficam os cuidados com você mesma?
Faço terapia, pois com a rotina (duas empresas, duas crianças, 3 cachorros, 2 gatos, marido, casa, rsrs) a terapia é uma válvula de escape de organização mental. Saúde mental em primeiro lugar. Pratico atividade física (vôlei de areia 2x na semana), vou ao salão, saio com maridão às vezes, fazemos passeios em família também, rotina bem normal de muitas famílias.
Praças iluminadas, oficinas de cartões de natal, peças teatrais, visitas a presépios, cineminha e muito mais! O Roteirinho de Sorte é um guia GRATUITO com diversos passeios para se fazer em família e na edição desse mês muitos passeios gratuitos para viver um Natal animado e passeando muito por aí!
Ter um momento só a dois depois da chegada dos filhos parece uma missão quase impossível, não é mesmo? Nem todo mundo tem uma rede de apoio para poder contar na hora de deixar os filhotes para sair com o companheiro ou companheira. Viajar, então, é mais difícil ainda.
Mas, apesar de todas essas dificuldades, acredito que um casal deva tentar se esforçar para que estes momentos aconteçam, mesmo que sejam uma raridade. Imergir a dois em novas aventuras e situações que não envolvam os filhos é totalmente saudável. São nestes momentos que relembramos nossa essência, o motivo de estarmos juntos, a origem de tudo e daí voltamos renovados para nós e para os filhos. Um casal feliz, com a energia renovada faz bem também para as crianças. Fazemos isso por nós e também por eles. Por isso, sem culpa e remorso, porque sabemos que o benefício chegará para todos.
Enfim, por aqui, tentamos fazer uma pequena viagem a dois pelo ao menos uma vez por ano. Neste ano, repetimos o destino anterior de tanto que gostamos , a linda cidadezinha de Lavras Novas. E é sobre esse vilarejo encantador que quero deixar dicas para vocês. Então...vamos lá!
Olás!!!
Eu trabalho com agilidade (coisas de TI, hehe) e estou cada vez mais apaixonada por esse universo.
Vejo que muitas coisas podem ajudar no nosso dia a dia também e não apenas no mundo do desenvolvimento de software.
Para exemplificar, vou apresentar para vocês um pouco de um método chamado de Kanban.
Estou tentando adotar esse "lema" do Kanban em minha vida, mas não está fácil, viu?!
Conta pra mim, você termina tudo que começa para somente depois iniciar novas atividades?
Eu vivo inventando moda e nem sempre concluo o que começo. Se vocês pudessem ver as coisas de artesanato que estão pela metade... Minha vida de mãe, dona de casa, esposa, agilista, artesã... é tão cheia, que às vezes algo passava batido e eu não entregava ou entregava em atraso.
Com isso, adotei o quadro kanban para minha vida.
"O quadro kanban é um artefato utilizado no método Kanban para obtermos visibilidade do trabalho em curso e conseguirmos fazer a gestão do fluxo."
Esta frase parece difícil de entender, mas não é. E vou mostrar no quadro para vocês.
Montei um quadro simples, no qual anoto as tarefas, conforme exemplo abaixo:
Em IDEIA, coloquei o que preciso fazer no futuro mais distante, mas estão ali para eu não esquecer delas. Além disso, no quadro, vejo coisas que devem ser feitas e que, provavelmente eu esqueceria...
Algumas pessoas conseguem ler mais de um livro por vez, mas isso não é o ideal, pois gera perda de produtividade. Você tem que lembrar onde parou naquela estória e ter cuidado para não confundi-las. Porque não ler um de cada vez?
Coloquei em FAZENDO: leitura de 1 livro.
Em A FAZER, coloquei o que preciso fazer já. Então, preciso verificar se já posso passar a tarefa para FAZENDO ou se tenho que liberar alguma atividade.
Exemplo: Estou lendo um livro. Enquanto não passar esta atividade para FEITO, não vou puxar outro livro para ler.
E por aí vai.
Esse sistema de gestão visual é excelente para nos auxiliar no dia a dia. Então, imprime o quadro abaixo, comece a usar e me conta como foi sua experiência!
Depois de quase 2 anos sem aulas presenciais, nossos filhos retornaram para o ambiente escolar e ficamos curiosos para saber como tem sido essa nova adaptação.
Perguntar : "Como foi o seu dia na escola", não irá nos trazer tantas informações. As respostas serão quase sempre as mesmas: legal, foi bom, gostei...
Lembrei da tradução de um artigo do site Huffington Post, que a mãe de uma coleguinha das meninas me enviou alguns anos atrás e resolvi compartilhar aqui com vocês!
São perguntas simples e que podem ser muito melhores e eficazes do que um simples "Como foi a escola hoje"!
Vamos à lista:
1) Qual foi a melhor coisa que aconteceu na escola hoje? (Qual foi a pior coisa que aconteceu na escola hoje?)
2) Me conte algo que fez você rir hoje.
3) Se você pudesse escolher, com quem você gostaria de se sentar junto na sala de aula? (E com quem você não quer se sentar na sala de aula e por quê?)
4) Qual é o lugar mais legal da escola?
5) Diga-me uma palavra estranha que você ouviu hoje. (Ou algo estranho que alguém disse.)
6) Se eu ligasse para o(a) seu(sua) professor(a) hoje à noite, o que ele(a) me contaria sobre você?
7) Você ajudou alguém hoje? Como?
8) Alguém ajudou você hoje? Como?
9) Me conte uma coisa que você aprendeu hoje.
10) Em que momento você ficou mais feliz na escola?
11) Em que momento você ficou mais entediado na escola?
12) Se uma nave alienígena fosse até a sua classe e puxasse alguém pra cima, quem você gostaria que fosse escolhido?
13) Com quem você gostaria de brincar no recreio que nunca brincou antes?
14) Diga-me uma coisa boa que aconteceu hoje.
15) Qual palavra o(a) professor(a) mais falou hoje?
16) O que você acha que deve fazer/aprender mais na escola?
17) O que você acha que deve fazer/aprender menos na escola?
18) Quem na sua classe você acha que poderia ser melhor?
19) Onde você brinca menos no recreio?
20) Quem é a pessoa mais engraçada de sua classe? Por que ele(a) é tão engraçado(a)?
21) Qual foi a sua parte favorita do almoço?
22) Se você tiver que ser o(a) seu(sua) professor(a) amanhã, o que você faria?
23) Existe alguém na sua classe que precisa de um castigo? (Eu não gosto dessa pergunta!)
24) Se você pudesse trocar de lugar com qualquer pessoa da sua classe, com quem você trocaria? Por quê?
25) Diga-me mais ou menos três vezes diferentes que você usou seu lápis hoje na escola.
A autora, Liz Evans, sentia dificuldade de obter respostas dos seus filhos e fez essa lista de perguntas. A cada dia fazia uma delas. Não precisamos fazer as 25 perguntas para nossos filhos no mesmo dia, e essas, são apenas sugestões.
Eu compartilhei com vocês as perguntas oficiais do artigo, mas confesso que não usaria todas com as minhas filhas. Podemos usar apenas as que estão de acordo com a nossa forma de educar e podemos nos inspirar nessa lista e criar as nossas próprias perguntas!
Liz Evans conta no artigo que as respostas têm sido surpreendentes! Elas nos ajudam a perceber as dificuldades e potencialidades dos nossos filhos, a entender como eles estão se relacionando na escola, quais são as suas preferências, como eles têm percebido o ambiente escolar e isso tudo nos permite ajudá-los e orientá-los ainda mais nesse processo que estão vivenciando.
Testem as novas perguntas na casa de vocês e depois volte aqui para nos contar os resultados!
Abraços afetuosos